André teve mais uma atuação apagada, com uma única finalização (Foto: Romildo de Jesus/Futura Press)
Uma derrota por 3 a 2, de virada, em meio a um período de mais de um mês sem vitória não será bem digerida pela torcida corintiana, que demonstrou impaciência na estreia em casa (empate em 0 a 0 com o Grêmio) e, durante a semana, foi ao CT para conversar com atletas.
Corinthians começou a partida contra o Vitória com meio de campo modificado (Foto: GloboEsporte.com)
Ainda que não se possa celebrar um revés, o desempenho alvinegro contra o Vitória, no último domingo, em Salvador, trouxe boas notícias à equipe de Tite – especialmente pelo o que o time mostrou no primeiro tempo com um meio de campo formado por Guilherme, Elias, Marquinhos Gabriel e Giovanni Augusto.
Mas é óbvio que há más notícias – e o maior problema delas é o fato de se repetirem, jogo a jogo. Tite terá que se esforçar mais para defender André – uma finalização e um cartão amarelo no Barradão –, Bruno Henrique continua como elo mais fraco do sistema defensivo, falta confiança e tranquilidade para finalizar, principalmente quando o placar é desfavorável.
Os primeiros 45 minutos foram de pura esperança para os corintianos. Com uma formação nova, o meio funcionava como nunca nesta temporada. Guilherme fazia sua melhor apresentação, bem acompanhado por Giovanni Augusto e Uendel, pela esquerda.
Por esse lado o Corinthians construiu grande superioridade. Marquinhos Gabriel teve boa chance, mas perdeu ao abrir mão de fazer o gol para tentar o golaço. Uendel abriu o placar por ali ao receber de Guilherme.
O Vitória empatou pouco depois, em lance individual de Leandro Domingues, mas viu o rival desempatar em mais uma boa jogada em que a bola passou pelos pés de Fagner, Guilherme e Giovanni Augusto até voltar a Fagner, para a conclusão (veja abaixo a análise de Caio Ribeiro, no intervalo).
Se fez o que o Tite considerou como "o melhor primeiro tempo" no ano, o Corinthians colocou tudo a perder no segundo.
A esquerda já não era a convidativa avenida para atacar – Vagner Mancini havia trocado José Welison por Norberto. Por ali, Uendel sofria com Marinho e não conseguia mais se lançar à frente como antes.
O empate do Vitória começa num erro de Felipe, que não consegue parar Vander, que cruza para o meio da área, Uendel afasta mal e Marinho aproveita – a bola toca no ombro do atacante, lance legal, de acordo com o comentarista de arbitragem Paulo César de Oliveira.
O Corinthians já não era mais o melhor time em campo quando aos 19 minutos do segundo tempo Kieza apareceu sozinho na frente de Walter para virar. Erro de marcação do meio de campo que a linha de impedimento de Balbuena e Felipe não conseguiu evitar. Mais uma vez, lance legal.
Com a desvantagem e sob pressão – situação semelhante às eliminações para Audax, no Paulista, e Nacional, na Libertadores –, o Corinthians se desordenou e começou a apostar nas bolas longas.
Marlone entrou e teve boa chance, mas cabeceou para fora – poderia ter ajeitado para o meio da área, onde dois corintianos surgiam livres. Romero entrou e teve boa chance, mas finalizou mal. Luciano entrou e teve boa chance, mas parou em boa defesa de Fernando Miguel. Uma equipe "nervosa e ansiosa", segundo Tite.
O Vitória, goleado por 4 a 1 pelo Santa Cruz na primeira rodada, fez o básico: fincou os pés no campo de defesa, afastou as bolas que tinha para afastar e esperou o tempo passar.
As mudanças feitas por Tite quase deram a vitória ao Corinthians. As que ele não fez foram decisivas para a derrota.