Ronaldo está mais cuidadoso com as palavras. Durante a inauguração de uma escolinha de futebol que leva o seu nome, no bairro do Morumbi, nesta quinta-feira, ele evitou entrar em polêmicas ao falar sobre política e futebol. Seu autocontrole ficou realmente à prova, no entanto, quando o assunto era a possibilidade de Tite substituir Dunga no comando da Seleção Brasileira.

“Seja lá o que eu disser, o título da notícia vai ser péssimo para mim. São tantas posições, que não dá. Não é questão de não ter uma opinião. Existe um treinador na Seleção neste momento, e o Tite é um grande técnico”, esquivou-se Ronaldo, que teve o comandante do Corinthians como o último de sua carreira como atleta.

Para o campeão mundial de 1994 – título conquistado ao lado de Dunga – e de 2002 – na condição de protagonista –, será inevitável que Tite receba uma chance na Seleção Brasileira futuramente. O corintiano recusou trabalhos apenas para se preparar para essa missão em 2014, quando tinha a expectativa de suceder a Luiz Felipe Scolari. Preterido, voltou a dizer que está muito satisfeito no Corinthians.

“No momento em que decidirem que o Dunga não serve mais para a Seleção Brasileira, poderemos comentar sobre outros nomes. Mas, com certeza, o Tite vem demonstrando que merece chegar lá um dia”, concluiu Ronaldo, sendo politicamente correto como valoriza o próprio Tite, que hoje já não vivencia os seus melhores dias no Corinthians.

O ex-jogador ainda abordou a hipótese de um técnico de outro país atuar na Seleção. E mostrou-se favorável à ideia. “Não tenho absolutamente nada contra os estrangeiros estarem aqui e, sendo merecedores, chegarem a uma grande equipe ou à Seleção Brasileira. Quero ver a Seleção ganhar e, se um treinador estrangeiro der a garantia do jogo bonito a que estamos acostumados, não devemos descartá-lo”, defendeu Ronaldo.