Tite não conseguiu fazer time avançar na Libertadores (Foto: Daniel Augusto Jr / Agência Corinthians)

O trabalho de Tite continua sendo incontestável no Corinthians, mas o treinador também teve sua parcela de culpa nas eliminações da equipe na semifinal do Paulistão, contra o Audax, e nas oitavas de final da Taça Libertadores, diante do Nacional, do Uruguai. Assim como aconteceu no ano passado, o Timão sucumbiu na hora de decidir e acabou eliminado.

Se algumas peças não renderam o esperado neste início de temporada, sobretudo os últimos contratados, o técnico cometeu equívocos que poderiam ter mantido o Timão vivo na briga pelo título das duas competições. Veja abaixo uma lista do que poderia ter sido diferente.

Insistência com Guilherme
Tite tentou a todo custo que Guilherme ocupasse a função que pertenceu a Renato Augusto no ano passado. Não funcionou. Acostumado a jogar mais avançado, o meia-atacante teve muita dificuldade para atuar recuado na armação, saindo com a bola e chegando até a área adversária. Estava nítido que não encaixava. O treinador persistiu até o primeiro tempo da partida contra o Audax e só a partir disso voltou a escalar Rodriguinho.

Romero: por que não joga?
O paraguaio iniciou a temporada como titular, mas caiu um pouco de rendimento e perdeu a vaga logo no início da Libertadores. Mesmo assim, mostrou que estava com a pontaria afiada e seguiu fazendo gols. Tanto que é o artilheiro da equipe no ano, com nove. As chances na equipe titular, porém, só apareceram no decorrer das partidas. Tite justificou que ele brigava por um lugar com Lucca, pelo lado esquerdo, e não poderia atuar pela direita, onde joga um meio-campista de criação, costumeiramente Giovanni Augusto. Assim, ficou até abaixo de Alan Mineiro na disputa.


Artilheiro do time como nove gols, Romero ainda é reserva no Corinthians (Foto: Marcos Ribolli)

Variações táticas
O esquema 4-1-4-1, consagrado na campanha do título brasileiro do ano passado, entrou rapidamente na mira dos adversários. O Corinthians fez bons jogos no começo da temporada, mas logo os rivais aprenderam a marcar e a atrapalhar a saída de bola com laterais e zagueiros. A dificuldade também apareceu no ataque, com Lucca bem aberto na esquerda, e André centralizado. O Timão ficou previsível e não teve alternativas para fugir dos bloqueios.


Após bom jogo, Marlone ficou fora do banco contra o Nacional (Foto: Daniel Augusto Jr/ Ag. Corinthians)

Não aproveitou o melhor momento dos jogadores
Em 2012, os dois gols marcados no clássico contra o Palmeiras renderam a Romarinho uma vaga no banco de reservas na final da Libertadores, contra o Boca, na Bombonera. Willian, que chegou a ser titular na campanha, sequer foi opção. Todo mundo se lembra o que aconteceu depois. Desta vez, Tite optou pela repetição da equipe. É verdade que o adversário foi o fraco Cobresal, mas Marlone, pela esquerda, e Romero, pela direita, mostraram na goleada por 6 a 0 que poderiam ser melhores opções do que Lucca e Alan Mineiro para o mata-mata. Não adiantou. Marlone ficou fora até do banco em Itaquera.

Cautela demais no Uruguai
O Corinthians poderia ter se arriscado um pouco mais em Montevidéu. Tite optou por uma postura muito cuidadosa e nada ofensiva. O Timão deu apenas quatro chutes a gol em 90 minutos e praticamente não ofereceu perigo. Marcar pelo menos uma vez como visitante poderia ter sido fundamental. No fim, o treinador gostou do empate por 0 a 0, mas se esqueceu de que o Nacional fez gols em todos os jogos fora de casa e não perdeu como visitante no torneio. O 2 a 2 de Itaquera foi fatal.


Erros colaboraram para que o Corinthians fosse novamente eliminado em Itaquera (Foto: Marcos Ribolli)