2/5/2016 10:44

Corinthians planeja outro empréstimo e deixa artilheiro da base ansioso

Corinthians planeja outro empréstimo e deixa artilheiro da base ansioso
Gabriel Vasconcelos se destacou, mas ainda não é visto por Tite como alternativa a André (foto:Fernando Dantas/Gazeta Press)

Após sete jogos como titular de uma equipe profissional e dois gols marcados, o centroavante Gabriel Vasconcelos se tornou novamente integrante das categorias de base do Corinthians. O jogador de 20 anos retornou de empréstimo para o America-RJ e, apesar da carência no seu setor no elenco do técnico Tite (que habitualmente precisa defender André e Luciano de críticas), ainda precisará esperar para ser aproveitado.

“Não digo que eu esteja frustrado por não ter jogado no time de cima até agora, mas fico ansioso. Desde 2014, venho sendo artilheiro na base, tendo destaque, recebendo premiações coletivas e individuais… Agora, estou muito ansioso para ganhar a minha chance no time profissional do Corinthians”, avisou Gabriel, em conversa por telefone com a Gazeta Esportiva, embora ciente de que deverá ser emprestado outra vez. A intenção do clube é repassá-lo a um time que dispute a Série B do Campeonato Brasileiro.

De fato, o centroavante conseguiu chamar a atenção em sua primeira passagem pela base do Corinthians. Vindo do Fluminense em setembro de 2014 e com o título sul-americano sub-15 de 2011 pela Seleção Brasileira no currículo, Gabriel Vasconcelos não demorou a conquistar espaço sob o comando do técnico Osmar Loss. Foi artilheiro e campeão da Copa São Paulo de Juniores em 2015 – com os mesmos oito gols marcados por Isaac, então no Botafogo-SP e hoje no ostracismo no Corinthians de Tite, e Victor, do São Caetano –, além de ter anotado outras cinco vezes na campanha do vice-campeonato deste ano (apesar do pênalti perdido na final contra o Flamengo).


Centroavante precisou voltar a treinar com o elenco sub-20 corintiano (foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)

Ao término da última Copinha, Gabriel Vasconcelos foi promovido por Tite ao lado do atacante Claudinho, do meia Matheus Pereira e do volante Maycon. Apenas o último do quarteto ganhou a confiança do treinador, já acostumado a rebater contestações por utilizar pouco a base do Corinthians (como quando trocou o jovem e promissor meio-campista Marciel pelo veterano Willians, no início do ano). O lateral esquerdo Guilherme Arana e o atacante Malcom, vendido ao francês Bordeaux, haviam sido promovidos no ano anterior.

“A gente mantém contato. Com o Maycon, joguei todos os campeonatos de 2015, então acabei criando uma intimidade. Às vezes, a conversa nem é tanto sobre futebol. Mas é claro que espero poder reencontrá-los no time no profissional do Corinthians e mostrar para o mundo todo que a base ainda é o refúgio da equipe principal. Vejo alguns companheiros jogando, então sei que não é um sonho tão distante”, vislumbrou Gabriel Vasconcelos.

Antes da promoção a profissional, o centroavante já havia acertado transferência por empréstimo para o Tigres-RJ, que possui parceria com o Corinthians. O chamado de Tite fez com que ele abrisse mão do acordo e criasse a expectativa de disputar o Campeonato Paulista, porém o destino foi mesmo o Carioca. “Infelizmente, existe a limitação de 28 inscritos em São Paulo, que é um número baixo. Se não fosse assim, a maioria dos clubes aproveitaria ainda mais os torneios regionais para ver os seus garotos. Aí, acharam melhor que eu pegasse bagagem no America”, recordou.

De volta ao Rio de Janeiro, onde havia se projetado pelo Fluminense, Gabriel Vasconcelos atuou como um meia improvisado sob o comando do técnico Ricardo Cruz e teve o seu ápice diante da Cabofriense, em 12 de março, quando marcou os gols da vitória do America-RJ por 2 a 1. “Mas ficamos fora na Taça Guanabara por um ponto, já que perdemos para o Fluminense na última rodada. Aí, na Taça Rio, o time não fez uma boa campanha e infelizmente acabou rebaixado. Ainda assim, foi uma experiência bacana na minha vida”, avaliou.


Os primeiros gols como profissional vieram pelo América-RJ, que acabou rebaixado no Carioca (foto: Raffa Tamburini/America-RJ)

Enquanto esteve no futebol carioca, Gabriel não deixou de acompanhar o Corinthians. Ficou empolgado ao ver a equipe de Tite evoluir após o desmanche do elenco campeão brasileiro de 2015 e até projetou a chance de ser útil no segundo semestre. “O André e o Luciano foram um pouco contestados, sim. É um setor em que o Brasil está carente de jogadores há um bom tempo. Apesar de não ser tão alto (como gosta Tite), compenso isso com velocidade e posicionamento. Tendo uma oportunidade, não vejo problema para brigar de igual para igual com qualquer outro centroavante”, avisou o prata da casa.

Tite, no entanto, julgou a experiência de Gabriel Vasconcelos no America-RJ insuficiente. Sem enxergar um espaço para o atleta no elenco que disputa a Copa Libertadores da América, o técnico autorizou a sua cessão a uma equipe da Série B. “Por enquanto, estou no time sub-20 do Corinthians de novo. O clube está tratando da minha situação com cautela. Na minha cabeça, seria uma boa ter visibilidade na segunda divisão, mesmo que seja para abrir portas em outro lugar. Se não aparecer nada, continuarei jogando as competições de base pelo Corinthians, tentando me destacar ao máximo”, aceitou o atacante, com contrato válido até setembro de 2017.

À la Cristian
Gabriel Vasconcelos não cativou torcedores do Corinthians apenas com gols nas categorias de base. Na semifinal da Copinha de 2015, o centroavante não titubeou ao imitar um famoso gesto do volante Cristian – que comemorou um gol sobre o São Paulo, em 2009, com os braços cruzados e os dedos médios em riste – quando balançou as redes diante do mesmo rival. A partida acabou com vitória corintiana, por 3 a 0.

“Tenho outra cabeça hoje. Não sei dizer, mas acho que não comemoraria mais assim. Na época, muita gente criticou, mas outros também entenderam que a rivalidade sadia é algo bacana para promover o esporte. Só que, infelizmente, algumas pessoas levam as coisas para um lado ruim, de violência. Então, pensaria duas vezes antes de fazer isso de novo”, comentou Gabriel.


Para Gabriel, não há nada no mundo comparável à torcida corintiana (foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)

Basta conversar sobre gols importantes como jogador profissional, contudo, para o centroavante se empolgar. “Já fiz alguns contra o São Paulo na base. Imagine marcar em um clássico pela equipe profissional do Corinthians. Essa torcida é coisa de louco. No mundo, não tem coisa igual à Fiel. Acho que eu nem dormiria à noite”, sonhou o novato, risonho, hoje com a Série B como uma meta mais palpável.



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211938 visitas - Fonte: Gazeta Esportiva

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Manda ele pra reforçar o Sampaio Corrêa... Sou corintiano e acho que a base deveria ser mais aproveitada... Mas já que não querem, que venha a calhar no Sampaio!

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