Rodriguinho festeja o gol marcado na vitória sobre o Oeste, pelo Campeonato Paulista (Foto: Estadão Conteúdo)

A eliminação no Campeonato Paulista e a proximidade dos jogos decisivos contra o Nacional, do Uruguai, pelas oitavas de final da Taça Libertadores, fizeram o técnico Tite promover uma mudança fundamental no Corinthians: sai Guilherme, entra Rodriguinho. Sai um meia, quase atacante, que sofria para se adaptar à nova função, entra um meia, quase volante, que vive boa fase e se encaixa facilmente nas duas posições centrais do meio-campo alvinegro.

A partir do jogo desta quarta-feira, contra os uruguaios, em Montevidéu, Tite terá em campo um time mais “redondo”. Isso porque Rodriguinho faz com muito mais naturalidade a função que até o ano passado pertencia a Renato Augusto. As boas atuações do início da temporada lhe dão confiança.

Recuperado de lesão na coxa, o meia mostrou em 2016 que pode ser útil tanto como um meia pela esquerda, na antiga posição de Renato, quanto como um meio-campista partindo de trás e aparecendo na área – fez isso quando o time ficou sem Elias, lesionado.

O próprio Elias, inclusive, é um dos maiores beneficiados com a troca promovida por Tite. Apesar de ter feito um gol contra o Independiente Santa Fe, na Colômbia, com passe de Guilherme, o volante terá mais liberdade para se infiltrar na área adversária porque Rodriguinho consegue cobrir melhor os espaços deixados pelo companheiro. Ele não tem a técnica de Guilherme, mas é mais dinâmico. Característica vital para o meio funcionar.

O jogo contra o Audax foi determinante para a escolha de Tite. Guilherme, mais uma vez, teve dificuldades de movimentação para buscar a bola na zona intermediária e levá-la aos homens de frente. Rodriguinho entrou no intervalo, deixou o time mais rápido na troca de passes e fez o técnico repensar sua ideia para o time.

Os números de Paulistão e Libertadores mostram que a bola passa mais por Rodriguinho do que por Guilherme. O novo titular tem três gols e três assistências no ano, além de 601 passes certos. O concorrente pegou menos vezes na bola: foram 519 passes certos nos dois torneios.

Com Rodriguinho em campo, o Timão teve mais equilíbrio na armação de jogadas em 2016 – mesmo quando ele esteve ao lado de Guilherme. O meia passou a ser fundamental no time, condição que ele sequer imaginava ter no ano passado, quando estava emprestado ao Al Sharjah, dos Emirados Árabes Unidos, e voltou para ser reserva.

Tite costuma, por vezes, dar mais tempo do que o necessário a um jogador que não vem em boa fase. Insistiu com Guilherme como “operário” do meio-campo por cerca de três meses. Depois da eliminação no Paulistão, chegou a hora da mudança.