Sidão, goleiro do Audax (Foto: Antonio Cícero / Framephoto / Estadão Conteúdo)
O goleiro Sidão vem sendo um dos destaques do surpreendente Osasco Audax, que eliminou o São Paulo do Campeonato Paulista, no último domingo, com uma goleada por 4 a 1. Aos 33 anos, o ex-jogador corintiano consegue, enfim, ter reconhecimento na carreira, que quase foi abreviada por problemas com álcool e noitadas. No sábado, reencontrará o Corinthians, pelas semifinais do Paulistão.
Entre 2001 e 2003, o goleiro defendeu o Corinthians B, que era formado por jogadores sub-20. Naquela época, ele não estava totalmente focado no futebol. Por isso, afirma, não conseguiu ter sequência no Timão.
– Eu fazia muita coisa errada. Tinha de 17 para 18 anos. Comecei a me perder na noite, bebida. Eu era o mais doidão. Desperdicei a oportunidade. Minha mãe também morreu naquela época. Fiquei com essa culpa por um tempo – revela Sidão.
O auxílio da psicóloga do Corinthians à época e o convite de amigos para frequentar um grupo de uma igreja começaram a mudar a vida do goleiro. Passou, então, a se afastar dos excessos. Após amadurecer e passar por nove clubes, chegou ao Osasco Audax, em 2013. Agora, acredita, vive o ponto alto de sua carreira.
Além de estar indo bem em sua principal função, Sidão também vem mostrando habilidade com a bola nos pés.
O técnico Fernando Diniz, do Audax, orienta seus jogadores a evitarem ao máximo os chutões. A ordem sair tocando a bola desde a defesa. Assim, o goleiro acaba virando quase mais um jogador de linha.
– Foi difícil me acostumar. Até hoje tenho dificuldade. O Diniz está sempre corrigindo, dando uns toques, porque é difícil. O goleiro está no extremo. É herói ou vilão. Até chegar a esse ponto, já entregamos muitos gols nos treinos. No primeiro jogo-treino que fiz pelo Audax, contra o São Bernardo, eu entreguei um gol. Desde então fui aprendendo – conta o goleiro.
Na partida contra o São Paulo, Sidão provou que já consegue se virar bem com os pés. Até deu um belo giro no atacante Calleri.
Higuita defesa Escorpião (Foto: Reprodução Youtube The FA)
O goleiro conta que se inspirou nos dribles do volante Yuri para superar o argentino. Além do companheiro de equipe, o camisa 1 do Audax tem outra inspiração: o folclórico goleiro colombiano René Higuita, eternizado na história do futebol com a "defesa do escorpião".
– Eu vejo uns vídeos do Higuita. Ele era fera. Saía driblando até o outro lado do campo. Às vezes, dá vontade de fazer o mesmo quando o jogo está amarrado. O Higuita é um cara malucão, ele meio que fazia as coisas antes do futebol ser o que é hoje. É um cara revolucionário – diz Sidão.