Responsáveis pela Operação Cartão Vermelho dão entrevista coletiva nesta sexta-feira (Foto: Rodrigo Faber)

A Operação Cartão Vermelho, deflagrada na manhã desta sexta-feira, vasculhou quatro sedes de torcidas organizadas de Corinthians e Palmeiras. A Pavilhão 9 teve sua sede lacrada a pedido do Corpo de Bombeiros, por falta de segurança. Segundo as autoridades, a Gaviões da Fiel, localizada no Bom Retiro, também deverá ser fechada.

Além das duas uniformizadas corintianas, a sede da Mancha Alvi Verde, na zona oeste da capital paulista, e a sub-sede Baixada, na cidade de Praia Grande, também passaram por inspeção. No total, a operação abrangeu nove cidades: São Paulo, Ribeirão Pires, Campinas, Santos, Praia Grande, Taboão da Serra, Indaiatuba, Osasco e Uberaba (MG).

O trabalho contou com a participação da Secretária de Segurança Pública, do Ministério Público, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), do Corpo de Bombeiro e da Secretaria da Fazenda. A intenção é cercar as uniformizadas por todos os lados, das finanças à falta de segurança nas sedes, e fazer com que elas colaborem na identificação dos envolvidos em brigas.

– A Secretaria da Fazenda mandou equipes nas sedes das organizadas para nos auxiliar. Vamos passar pente fino nas torcidas organizadas, na receita e despesa. Na origem e no destino do dinheiro. Além disso, o Corpo de Bombeiros está realizando a vistoria de segurança. A Pavilhão 9 está sendo lacrada por falta de segurança, a nosso pedido – afirmou o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes.

A investigação encontrou na sede da Pavilhão 9 uma bomba caseira, um facão, um cartucho de munição calibre 22, além de rojões e outros artefatos explosivos. Na Gaviões da Fiel, foram encontradas diversas armas brancas, além de uma grande quantia de dinheiro e celulares com evidencias sobre os envolvimentos em brigas.

– Achamos uma maleta de notebooks cheia de facas na Gaviões. Algumas grandes, inclusive com fita isolante no cabo. Apetrechos de bombas caseiras também foram encontrados. Agora vai ser um trabalho muito detalhado, inclusive em relação a celulares. Em um, encontramos conversas por Whatsapp entre torcedores, um preocupado com o outro. Dizem: "Ah, foi você que quebrou o vidro do metrô". Depois, se vangloriando que bateram em um, chutaram outro. É um material farto. Que vai permitir a quantidade dessas investigações. Inclusive a questão fiscal, de renda das torcidas organizadas – explicou o secretário.

– Apreendemos também na Gaviões da Fiel, em torno de R$ 62.700 reais. Sem origem comprovada, sem destino comprovado. Um dos diretores, num primeiro momento, disse que era o dinheiro que eles tinham arrecadado para pagar ingressos.

Além de Alexandre de Moraes, outras autoridades explicaram a operação em uma entrevista coletiva na sede da Secretaria de Segurança Pública. Estiveram presentes a diretora do DHPP, Elisabete Sato, o promotor do Ministério Público, Paulo Castilho, e o Delegado-Geral da Polícia do Estado de São Paulo, Youssef Abou Chanin.