Um dos pilares do Corinthians durante a campanha do título brasileiro em 2015, Elias se tornou um modelo para muitos garotos da base que chegam ao time profissional. Feliz com a nova posição alcançada dentro do elenco, o camisa 8 lembra que só conseguiu ouvir conselhos profissionais aos 23 anos, de Ronaldo Fenômeno, justamente no Timão. E a amizade construída reflete em dicas, inclusive, sobre o momento conturbado vivido pela seleção brasileira.

- Você pode falar de tudo com o Ronaldo, menos de futebol. Ele não fala mais. A única coisa que ele fala é sobre a Seleção. Fala que a gente precisa melhorar, precisa ter um pouco mais de liderança, mas sobre o Corinthians ele nem fala. Acho que não é o perfil dele. Ele nunca gostou mesmo de ver jogo de futebol, sempre ficava à parte disso tudo, do mundo do futebol. E quando a gente conversa, aproveita para colocar o papo em dia e falar de outras coisas - disse Elias.

Ausente das últimas convocações do Brasil por causa de uma fissura na fíbula da perna esquerda sofrida em fevereiro, Elias afirma que o nome do técnico Tite é mencionado entre os companheiros da seleção brasileira apenas como "curiosidade sobre filosofia de trabalho".

- Pelo que eu soube, foi só um boato (chegada de Tite na seleção brasileira). Pelo menos na Seleção, nunca se falou sobre o Tite. Claro que o pessoal tem curiosidade, por ver uma excelente campanha, perguntam sobre o trabalho, a filosofia, mas acho que curiosidade por ver que a nossa equipe é vencedora - comentou.

Homem de confiança de Tite no Corinthians, ainda mais após a saída de alguns jogadores no início do ano, Elias lembra da importância do treinador na decisão de permanecer no futebol brasileiro. O camisa 8 confirma que os valores propostos por clubes chineses eram "absurdos", mas que "pesou o lado profissional".


Homem de confiança de Tite, Elias resistiu ao "mundo chinês" (Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians)

- A proposta (da China) faz balançar porque são valores absurdos. Valores que nunca pensaria em ganhar um dia. Mas pesou mais o lado profissional e a conversa com o Tite. Ele falou que eu era importante para a equipe, um líder técnico, liderança também fora, então, ele pediu para que eu ficasse, continuasse, participasse dessa reconstrução. Porque é difícil perder todos os pilares - falou o jogador.

Com forte identificação com o clube e com o torcedor corintiano, Elias ainda lembra da final da Libertadores de 2012, quando assistiu a partida no mítico estádio da Bombonera nas arquibancadas.

- Acho que era um momento importante para o torcedor corintiano e eu não poderia ficar de fora dessa. Porque eu tinha condições de ir, tinha dinheiro para comprar a passagem e tinha meus amigos aqui, que poderiam conseguir ingresso para eu assistir a final - concluiu Elias que, na época, jogava pelo Sporting, de Portugal.