Roberto de Andrade criticou decisão do governo (Foto: Diego Ribeiro)

A decisão da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo de proibir torcida visitante nos clássicos do Estado gerou críticas tanto do Corinthians quanto da Federação Paulista de Futebol. Nesta semana, o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, havia declarado apoio à decisão.

Roberto de Andrade, presidente do Corinthians, disse que a determinação do governo de São Paulo não vai resolver o problema da violência. A decisão foi tomada depois que um homem foi assassinado no último domingo, dia em que Palmeiras e Corinthians se enfrentaram pelo Campeonato Paulista.

- Vejo isso com bastante tristeza. Apesar de ser uma determinação e isso a gente não discute, cumpre. Se fosse a solução do problema, faria supercontente. Mas não será. Não é proibindo as pessoas de irem ao jogo que vai acabar a violência, já que a violência é praticada nos arredores. Quem garante que os mesmos torcedores não vão se encontrar em qualquer esquina?

A opinião do dirigente corintiano é oposta a de seu colega palmeirense. Um dia depois de a proibição ter sido anunciada, Paulo Nobre gravou um vídeo no qual se diz "a favor de qualquer medida para diminuir a violência".
Nesta sexta-feira, a Federação Paulista de Futebol publicou uma nota em seu site na qual rebate os argumentos da Secretaria de Segurança Pública. A FPF informou ainda que fez um pedido ao Ministério Público de São Paulo para que reveja essa decisão. Confira a íntegra da nota da Federação Paulista de Futebol:
A Federação Paulista de Futebol lamenta a proibição de torcedores visitantes em nossos clássicos.

Embora entenda que a medida tenha a intenção de coibir ações violentas, a FPF não enxerga nesta decisão a solução para os recorrentes encontros violentos entre torcedores, que geralmente são registrados em locais distantes dos estádios.

Entendemos que a punição generalizada prejudicaria os torcedores como um todo e, por consequência, traz prejuízo ao fomento do futebol.
A FPF prega maior rigor na aplicação da legislação vigente para pôr fim à impunidade que ronda os casos de violência no futebol. Também defende a venda on-line e catraca exclusivas para o setor de torcidas organizadas.

Reforçamos ainda a necessidade de aumentar o diálogo com o poder público, clubes e sociedade civil para elaborarmos soluções exemplares e definitivas para este problema social.

Diante desse entendimento, a FPF informa que enviou pedido ao Ministério Público do Estado de São Paulo para que a proposta de “torcida única” nos clássicos seja revista.