5/4/2016 12:30

Rizek critica medida com torcida única em SP: "Não vejo nenhuma eficácia"

Apresentador pede trabalho de inteligência para combater violência que envolve torcidas organizadas. Cereto, Sérgio Xavier e Poli também opinam sobre medida

Rizek critica medida com torcida única em SP:
Mais de 50 pessoas foram detidas no domingo em diferentes regiões (Foto: Helio Torchi/Simapress/Estadão Conteúdo)

A medida anunciada nesta última segunda-feira pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre Moraes, de realizar clássicos paulistas apenas com torcida única até o fim do ano, não foi bem recebida no Redação SporTV desta terça. O apresentador André Rizek, na companhia dos jornalistas Carlos Cereto, Sérgio Xavier Filho e Gustavo Poli, criticou a medida e a viu como paliativa, sem se aprofundar no problema da violência entre torcidas organizadas.

- Você pode tentar combater piolho usando preservativo, mas será que é eficaz? Essa medida anunciada ontem não vejo nenhuma eficácia. As últimas guerras de torcida aconteceram todas longe do estádio (...). Não há um envolvimento do poder público para resolver essa questão como um todo. O que há são medidas paliativas para resolver o problema aqui e ali. Quantas operações a gente viu com policiais de inteligência em torcidas organizadas? De prevenção? São Paulo tem uma delegacia especializada em crimes de intolerância, entre eles está a guerra de torcida, e tem uma estrutura mínima, pífia, impossível de se trabalhar, tem menos de dez pessoas fazendo trabalho de inteligência. Faz um trabalho de inteligência profundo e você pegaria muita gente.

A medida que deixará os clássicos em São Paulo com torcida única tem validade imediata, e junto com ela traz duas mudanças: está proibido faixas e adereços nos estádios e a venda online de ingressos deverá ser feita mediante cadastro prévio de torcedores. Carlos Cereto, chefe de jornalismo do SporTV em São Paulo, destacou que as brigas ocorridas no domingo, antes e depois do clássico entre Palmeiras e Corinthians no Pacaembu, aconteceram longe do estádio.

- São medidas paliativas. A morte, por exemplo, em São Miguel Paulista, na Zona Leste de São Paulo, no domingo, aconteceu a 30 quilômetros do estádio do Pacaembu. As brigas, há muito tempo, não acontecem dentro do estádio, então não adianta ter jogo com torcida única para resolver o problema da violência. Mas pelo menos vai resolver o seguinte: aquela imagem dos torcedores chegando no estádio escoltados pela polícia... Dos torcedores não, dos vândalos, dos bandidos chegando ao estádio escoltados pela polícia. Isso é uma afronta à sociedade. Já que não tem torcida visitante, os policiais não vão precisar escoltar a organizada visitante. Na prática, muda pouca coisa ou absolutamente nada.

O secretário de Segurança de São Paulo, no anúncio, defendeu que a medida de torcida única evitará a necessidade de a PM ter que fazer comboios com organizadas, o que possibilitaria a melhor distribuição do efetivo no entorno dos estádios. O jornalista Sérgio Xavier Filho entendeu a alegação, mas não vê sentido nas medidas como um todo, ainda longe do “cerne da questão”.

- A única alegação que faz algum sentido é que ao tirar o efetivo que protege o estádio, e é um efetivo grande, a polícia poderia espalhar esse efetivo pelo resto da cidade. Ok. É uma alegação técnica, faz algum sentido, mas a medida toda não faz nenhum sentido (...). É um jeito de a polícia do estado lavar as mãos e dizer que fez alguma coisa e você não mexe no cerne da questão. Essa história da torcida está em dois planos, um está na organizada que é algo mais violento mesmo, e o único jeito é acabar com a impunidade, e (a outra é) ter uma investigação técnica para prevenir.

Gustavo Poli, editor do GloboEsporte.com, ressaltou a necessidade de um trabalho profundo e coletivo dos órgãos responsáveis pela segurança.

- É uma coletividade, vários desses valentes são valentes no coletivo. Acho que a gente tem que tentar lidar com o banditismo. Quando a gente tem uma facção, organizada ou não, brigando com outra é briga de gangue, e não importa se é dentro ou fora do estádio, é caso de polícia. É um caso difícil de investigar, não quero defender a polícia de São Paulo nesse caso, mas de repente não dá para adivinhar. O pessoal combina pelas redes sociais e combinam entre si as brigas, e nem sempre a polícia consegue monitorar. Precisa de uma investigação profunda e dedicada, de um trabalho coletivo.

No último domingo, quatro confrontos envolvendo a Mancha Alvi-Verde e a Gaviões da Fiel levaram mais de 50 pessoas para a prisão, deixaram feridos e uma morte. A vítima fatal foi um homem idoso, em São Miguel Paulista, que passava pelo local na hora da confusão e não estava envolvido na briga.


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3186 visitas - Fonte: Sportv

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