Na última reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians, em 7 de março, Ricardo Corregio, representante da Odebrecht, falou sobre os diversos problemas enfrentados pela arena corintiana. Descreveu um cenário de estragos provocados por vendaval, serviço terceirizado mal feito, fatores de segurança abaixo do indicado e dificuldade em identificar causas.

Segundo ele, ocorreram contratempos que a imprensa não soube. O tamanho da arena e a grande ocorrência de chuvas em São Paulo neste ano também estão entre as justificativas apresentadas para os vários problemas.

“É óbvio que esses problemas que aconteceram não são para acontecer, mas às vezes acontecem. O importante é corrigir para não deixar agravar, e a gente não ter problema no futuro”, disse Corrégio durante sua apresentação para os conselheiros.

Um dos casos relatados pelo funcionário da Odebrecht envolve um vendaval em janeiro de 2015. Uma peça se desprendeu, e a empresa chamada para fazer o reparo acabou rasgando a lona que fica em cima da cobertura. O rasgo faz a água descer pela parede, provocando infiltrações na área das lanchonetes do estádio. No lado sul da arena, o problema já tinha sido sanado no dia da apresentação de Corrégio ao conselho. No norte, ainda precisavam ser identificados dois pontos de infiltração. “E no oeste, que é esse que escorre na parede, é uma grande quantidade de água, é fato, nós iniciamos hoje (dia 7 de março)”, afirmou ele. O seguro foi acionado para garantir o conserto.

Sobre uma parte do forro do teto do teto da área vip que desabou, Corregio afirmou que o problema foi ocasionado por sobrepeso nos tirantes de sustentação, como havia mostrado o blog. Ele afirmou que uma vistoria foi feita em toda arena que verificou que os fatores de segurança não estavam adequados no local do desabamento e em outros trechos semelhantes. Esses pontos receberam reforços estruturais, aumentando o fator de segurança, que no caso é um índice referente à capacidade do tirante de suportar sobrepeso.

O representante da construtora também falou sobre os dois buracos que se abriram do lado de fora estádio durante fortes chuvas na cidade, como revelou o blog. O que fica perto da entrada do setor norte foi provocado por três pontos de obstrução na tubulação, o que dificultou a passagem da água da chuva. O reparo já foi feito.

As causas do outro buraco, próximo à Radial Leste, ainda não tinham sido identificadas. O seguro da obra foi acionado para os reparos, que ainda não estavam concluídos até o dia da reunião, pois foram atrapalhados pelas chuvas. Uma estrutura de metal precisou ser colocada para proteger o talude (parte inclinada de um terreno, que ajuda a segurar um aterro), evitando que ele fosse atingido pela erosão e desmoronasse.

Abaixo, veja trechos da ata da reunião com as explicações sobre os problemas na arena.


Trecho em que Ricardo Corregio relata serviço mal feito por empresa terceirizada


O funcionário da Odebrecht dá detalhes sobre parte do forro desabou


Corregio revela que fatores de segurança de peças do forro que caiu estavam abaixo do adequado. Problema havia em outros pontos também