27/3/2016 14:01

Malcom enche a bola de Tite, manda mensagem à Fiel, fala da adaptação na Europa e sonha com ouro olímpico

Malcom enche a bola de Tite, manda mensagem à Fiel, fala da adaptação na Europa e sonha com ouro olímpico
Malcom trocou o Corinthians pelo Bordeaux em janeiro em negociação de R$ 22 milhões

Matheus e Gabriele são os filhos biológicos de Tite. Mas o treinador corintiano ganhou mais um “herdeiro” durante a passagem pelo Corinthians: Malcom. O atacante, hoje com 19 anos, deixou o Parque São Jorge no fim de janeiro, mas continua extremamente agradecido pelos ensinamentos dados pelo técnico durante todo o ano passado.

As lições do “papai Tite” não se resumem ao campo, como Malcom revela em entrevista ao Blog, diretamente de Bordeaux, na França. Foi a primeira vez que o garoto de R$ 22 milhões falou desde que trocou o pentacampeão brasileiro pelo 14º colocado do Campeonato Francês. Malcom ainda falou sobre a adaptação ao novo país, mandou mensagem à torcida corintiana, revelou o desejo de jogar na seleção…

BLOG_ Por que você escolheu trocar o Corinthians pelo Bordeaux, no fim de janeiro?
MALCOM_
O meu empresário (Fernando Garcia) disse que havia outros clubes interessados, com propostas boas, mas o Bordeaux oferece uma série de coisas que nós buscávamos. É um clube grande na França, que costuma ser uma ótima porta de entrada para vários brasileiros na Europa. Para o Corinthians, também foi um negócio até que bom.

Você saiu do Corinthians de repente e mal teve tempo para se despedir da torcida. O que tem a dizer para os torcedores corintianos, então?
Que todas as memórias que eu carrego do Corinthians são as melhores possíveis. A torcida sempre apoiou sem vaiar. Isso é primordial para o sucesso de qualquer clube de futebol. E nenhuma outra torcida no Brasil sabe fazer isso, principalmente com o time perdendo. Então, só tenho a agradecer.

Conseguiu dar tchau aos companheiros de Corinthians?
Consegui, e fiquei emocionado, porque tudo o que sou foi graças a eles e ao Corinthians. Fiz grandes amizades, conheci profissionais gigantes… Tanto é que converso com a maioria deles até hoje. Mando boa sorte para os caras antes dos jogos, acompanho mesmo de longe as partidas, torço, vibro…

Com quem costuma falar mais no Corinthians?
Falo com bastante gente, mas, principalmente, com o Guilherme Arana e o Luciano.

A sua mãe já admitiu que era integrante da Gaviões da Fiel e viajava pelo país com você na barriga dela para ver o Corinthians jogar. Você também virou corintiano?
Com toda a certeza do mundo. Se não fosse por esse carinho, provavelmente, eu teria ido para o São Paulo quando fiz 16 anos. Na época, o Corinthians demorou um tempão para fazer a proposta pelo primeiro contrato e o São Paulo e o Inter queriam me contratar.

Contando com você, seis titulares campeões no ano passado saíram. O Corinthians deste ano ficou mais fraco?
Pode escrever aí: esse time vai se encaixar e dará bastante trabalho. Os caras que chegaram são muito bons.

Pensa em voltar ao Corinthians um dia?
Não vou falar que não penso, mas não dá para ser agora. Preciso me firmar na Europa, primeiramente. Já no futuro…

E você está morando com quem em Bordeaux?
Primeiro, vim sozinho. Depois de duas semanas, chegaram minha mãe, meus irmãos, meu padrasto, os avós, o tio. A casa ficou cheia, o que é muito melhor. Eles vão voltar para o Brasil nos próximos dias e a minha mãe retornará definitivamente, provavelmente, em abril.

Está sofrendo com a adaptação à vida na França?
Eu achei que seria mais difícil, pela língua, que eu não entendia absolutamente nada quando me mudei. Mas tem dois brasileiros no clube, o Jussiê (ex-atacante do Cruzeiro) e o Pablo (zagueiro revelado na Ponte), que ajudam bastante.

O que já aprendeu do francês em quase dois meses?
Eu me viro até que bem, porque me meto a falar, embora o mais fácil, para mim, seja entender. Também contratei uma professora para falar comigo e com os meus familiares. No restaurante, por exemplo, sei pedir a comida que quero.

É verdade que os jogadores do time lhe pagaram um jantar logo no primeiro dia?
É, sim. Fiquei até surpreso, porque me receberam superbem, como era no Corinthians. Além dos brasileiros, o Diego Rolan, atacante uruguaio que fala português, disse que iríamos num restaurante francês. Comi uma costela deliciosa.

Estranhou a culinária francesa, de uma maneira geral?
Já estou bem adaptado. Eles colocam o mesmo tempero de salada, a carne é parecida… Para ser bem sincero, só sinto falta do arroz e do feijão.

Mas o futebol é bem diferente, mais rápido.
Na primeira semana, me perdi um pouco dentro de campo, porque eu segurava muito a bola. No Brasil, sempre tinha espaço. Aqui, se você pegou a bola, tem de soltar rapidamente, porque a pressão é grande. Já estou bem melhor.

Você tem entrado em quase todas as partidas, mas ainda não é titular, né?
Entro no segundo tempo, mas faz parte. Tem a ver com a adaptação. Embora eu também tenha feito algumas partidas como titular. Depende muito da formação que o treinador quer para cada jogo.

Como é a sua relação com o técnico Willy Sagnol, que era lateral-direito da França, nas Copas de 2002 e 2006, e jogou pelo Bayern de Munique por quase uma década?
É bacana. O fato de o Sagnol ser um ex-jogador ajuda bastante. E ele ainda fala um pouquinho de espanhol. Quando é algo mais técnico, complicado de dizer, ele chama o Jussiê, que traduz direitinho. O Jussiê já joga na França desde 2003 (defendeu Lens e Bordeaux).

Qual foi a importância do Tite na sua evolução?
Ele me ajudou muito, em tudo… Na volta para marcar, na parte ofensiva. Com o Mano Menezes, eu atacava mais e só defendia até a metade do campo. Com o Tite, passei a defender o campo inteiro. Foi o principal para a minha evolução.

Mas ter de marcar não é uma coisa chata para um atacante de origem?
É, mas eu fui me adaptando. O Tite foi o cara com quem mais aprendi. Ele me fez crescer bastante como homem, inclusive, dando muita bronca.

Ele não faz o estilo paizão?
Também. Teve uma história legal no jogo contra o Atlético-MG, aquele decisivo, no Independência (pelo Brasileirão do ano passado). Ele sempre gosta de fazer o reconhecimento do estádio um dia antes do jogo. Eu e o Arana nunca havíamos jogado lá e o Tite nos chamou para ir com ele. Fomos só os três. Olhamos as dimensões, o gramado, a proximidade da arquibancada do campo… No jogo, fiz o primeiro gol dos 3 a 0, e ainda foi de cabeça.

Você tinha fama de folgado com os jogadores mais velhos do elenco assim que subiu para o time profissional. Por quê?
Ah, coisa de jovem, mesmo. Os caras reclamavam comigo, do tipo de reclamação construtiva, mas eu não aceitava muito, então retrucava, respondia…

Quais os seus planos, agora que chegou à Europa?
O primeiro grande sonho como jogador, eu já realizei. Queria muito jogar em uma liga importante da Europa. Agora, vou trabalhar para chegar à seleção principal. Para isso, preciso manter o foco, me fixar como titular e dar muitas alegrias à torcida do Bordeaux.

Como recebeu a notícia da convocação para os dois últimos amistosos da seleção sub-23 antes da Olimpíada?
Eu estava tomando um chá no clube com o Rolan e o Mauro quando o meu primo mandou mensagem, via WhatsApp, dando parabéns pela convocação. Até imaginei que ele estava se confundindo, mas entrei no site da CBF e o meu nome estava lá. Fiquei muito feliz. Nem a minha mãe sabia. À noite, para comemorar, fui jantar um assado gaúcho num restaurante brasileiro.

O único título que ainda falta ao Brasil é o ouro na Olimpíada. Esta geração está pronta para acabar com o jejum?
Com certeza. É uma geração com excelentes nomes, que vem colecionando bons resultados desde a categoria sub-17. Falando especificamente sobre mim, coloquei na cabeça que tenho de jogar nos amistosos para não desperdiçar a chance. Foi só a minha primeira convocação para a seleção olímpica, então, é tudo ou nada.


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118143 visitas - Fonte: Blog do Jorge Nicola

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