17/3/2016 08:29
Andrés critica hipocrisia e defende 'louquinho' Kia: 'Abramovich seria preso no Brasil'
Andrés Sanchez concede entrevista coletiva no CT do Corinthians, em 2015
GAZETA PRESS
Para o ex-superintendente de futebol do Corinthians, Andrés Sanchez, a cultura da hipocrisia impera no Brasil. Ele cita o exemplo do iraniano Kia Joorabchian, representante do fundo de investimento MSI (Media Sports Investiments) que chegou a ser acusado de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha e, mesmo absolvido, é tratado, segundo ele, como "bandido" enquanto que o russo Roman Abramovich, dono do Chelsea, não atrai as mesmas críticas.
"O futebol inglês é que é uma beleza", disse Andrés, durante o evento Footlink, no Rio de Janeiro.
"No futebol inglês, o russo é dono de um time, o turco de outro, o sheikh de outro e o americano de outro. Aqui, com a MSI, veio o 'louquinho' Kia Joorabchian, o cara ficou sete anos sendo preso, bandido, sendo não sei o que, depois foi absolvido e não teve nem julgamento. Mas ele é bandido. Abramovich, que é dono do Chelsea, se vier comprar um time em São Paulo ou no Brasil, vão querer prender agora", prosseguiu.
"Aqui vai ser um país de primeiro mundo e a Inglaterra, de terceiro. Nós temos que mudar um pouco essa hipocrisia que existe. E volto a repetir: o futebol está num momento muito difícil de estrutura", completou.
Mesmo com o fim da parceria entre MSI e Corinthians em 2007, Kia Joorabchian seguiu ligado ao time alvinegro. Ele participou recentemente da transferência por empréstimo de Alexandre Pato ao Chelsea. O empresário chegou a ser fotografado, durante as conversas para o acordo, em restaurante ao lado do próprio Andrés e de Pato.
Kia vive hoje em Londres como consultor de jogadores e está à frente de um fundo de gerenciamento de carreiras. Ele mantém ligação atualmente com as carreiras de David Luiz, Oscar, Paulinho, Ramires, Willian e outros.
"Tem que acabar com essa ladainha. Se fosse para comprar juiz, o Corinthians era campeão todo ano. Igual ao Flamengo, clube que mais arrecada. O Corinthians foi para a segunda divisão, perdi mais campeonato do que ganhei como presidente. Então, essa cultura no futebol brasileiro tem que mudar. Nós temos que mandar no futebol brasileiro. Não pode Ministério Público, Polícia Militar, Polícia Civil ditarem as regras de como se fazer um jogo de futebol. Quem menos mandar num jogo de futebol é o presidente de clube, mas, se der 'cagada', presidente é culpado", desabafou.
"Resumindo: negócio de profissional, ter que ser diretor profissional, eu também queria ser. Profissional ganha salário. Eu também acho que dirigente deve ganhar salário. Mas quando falam profissional, tem que ser profissionalizado. Não é questão que o cara tem estudo ser profissional ou menos profissional. Esses caras do Bom Senso, esses que estão entrando no futebol agora, Abílio Diniz, dando palpite, põe tudo para tomar conta de time de futebol. Não aguenta um mês. Não aguenta um mês. O futebol brasileiro é gerido por pessoas que têm paixão. Porque a grande dificuldade é isso, separar paixão da razão", finalizou.
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