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O meia Hyoran, autor de dois gols, um deles de bicicleta, na goleada da Chapecoese por 4 a 0 diante do Camboriú, neste sábado, fez jus ao nome de craque. Isso porque seu pai resolveu fazer uma homenagem ao ex-jogador Johan Cruijff, que marcou época no Ajax-HOL, Barcelona e seleção holandesa. Além da uma reverência ao ex-camisa 14, ele queria evitar problemas para o filho.

"Meu pai teve a ideia de colocar um nome diferente para os filhos. Como ele gostava de futebol e achou o nome de Yohan Cruijff bonito resolveu colocar em mim. Ele chama Renato, mas teve confusão com um cara que tinha o nome igual e deu problema até com o CPF. Então ele disse: ‘Meus filhos terão nomes diferentes para não ter confusão'. (risos) Tanto é que os meus irmãos chamam Braian, por causa de um filme de guerra, e Nathan por ser bíblico", disse o jogador, em entrevista, ao ESPN.com.br.

Se evitou qualquer problema com xarás pilantras metidos a espertinhos, causou outro para o filho. "Meu pai tentou traduzir o nome para o português e não quis ficar igual ao do jogador, então ficou ele acabou colocando a escrita diferente. Sempre erram, tenho que corrigir. Se fala 'Iôrran', tipo do Cruijff mesmo. Sempre tenho que ditar para as pessoas escreverem", afirmou.


MARCIO CUNHA/MAFALDA PRESS/GAZETA PRESS
Hyoran é uma das promessas da Chape

"Na infância me chamavam de várias coisas diferentes. Os caras tentavam me botar apelido, quando passei pelo Coritiba me chamavam de Kauê, meu segundo nome. Aqui na Chape me chamam de Seco, por ser magro (risos)", relatou.

O jovem sabe da responsabilidade de carregar um nome tão famoso no mundo da bola.

"Depois que eu tive noção do que era o Cruijff, sempre liguei vídeos na internet para ver, porque foi um dos melhores jogadores de todos os tempos. Olhei até para me inspirar, pegar alguns detalhes para onseguir aprender", observou.

'Cruijff' já jogou no Corinthians

Natural de Chapecó, Santa Catarina, Hyoran Kauê Dalmoro começou em equipes de futsal E com 13 anos foi para o futebol de campo. Passou no Paraná Clube e Coritiba, onde ficou um ano. Como não se adaptou muito bem ao clube, foi fazer um teste no Corinthians e passou.

"Joguei com o Marquinhos, hoje no Paris Saint-Germain, e o Antônio Carlos. Fui emprestado para o Flamengo de Guarulhos, que jogava a série A3 do Paulista. Foi minha primeira experiência profissional, o campeonato é muito diferente. Tem mais marcação, ia enfrentar os mais velhos e eles davam tapa na minha cabeça, cotovelada e falavam: ‘moleque, hoje você não fazer nada'. Foi uma experiência boa, aprendi muito", recordou.

"Uma vez fomos jogar no interior e os caras desligaram a água no meio do banho depois de um jogo e apagaram a luz também. Todo mundo ensaboado e tivemos que secar lá e só tomar banho depois no hotel (risos). Tinha pressão da torcida adversária querendo pegar a a gente e a polícia fazia de conta que não via nada (risos)", relembrou.


DIVULGAÇÃO

O meia quase largou os gramados depois da experiência no time alvinegro.

"Quando acabou meu contrato lá eu tinha possibilidade de renovar, mas eu não acertei. Então entramos em férias, foi passando o tempo em casa não tinha mais nada perdi a chance de jogar a Copa São Paulo. Pensei em desistir e fazer outra coisa da vida, mas apareceu uma oportunidade de fazer teste no Paraná e eu não tive mais vontade. Quando apareceu a Chapecoense, por estar em casa e ter vários amigos de infância lá eu fui tentar. Gostei de trabalhar de novo e as coisas foram acontecendo", comemorou.

Hyoran foi promovido ao time principal da equipe catarinense no final da Série B do Campeonato Brasileiro de 2013. Em 2015 foi eleito a revelação do Campeonato Catarinense, participando de mais de 40 partidas na temporada passada.

"Joguei um pouco na base e depois subi ao profissional. Tenho contrato ate 2017, quero ter sequência de jogos e ajudar o grupo para poder buscar meus objetivos. Quero conseguir evoluir cada vez mais", concluiu.