13/3/2016 10:01

Renato Augusto promete priorizar Timão na volta ao Brasil, admite que ainda tem dinheiro a receber, fala de aposentadoria, vida na China...

Renato Augusto promete priorizar Timão na volta ao Brasil, admite que ainda tem dinheiro a receber, fala de aposentadoria, vida na China...
Meia rendeu R$ 17 milhões ao Corinthians e terá salário milionário no Beijing Guoan

Por que trocar o campeão brasileiro, onde é ídolo, vive a melhor fase da carreira e chegou à seleção, para jogar na China? Esta e outras excelentes respostas o meia Renato Augusto deu com exclusividade ao Blog, direto de Pequim, onde defende desde o início deste ano o Beijing Guoan.

O carioca de 28 anos admitiu que dará prioridade ao Corinthians quando decidir voltar ao Brasil, comentou que mantém contato com os ex-colegas de time, citou os melhores e piores momentos de sua passagem pelo clube e revelou que ainda tem dinheiro a receber. “As pessoas não imaginam, mas 2015 foi um ano muito difícil no aspecto financeiro”, explicou. Renato Augusto também falou sobre a vida na China, a convocação para a seleção e sua ideia sobre a aposentadoria.

BLOG_ A vida na China é tão ruim quanto dizem?
RENATO AUGUSTO_
Passei pouco tempo em Pequim, pois cheguei e já viajei para me juntar ao time em uma cidade no sul do país. Depois, ficamos 18 dias em Dubai (Emirados Árabes), devido à pré-temporada.

Mas já tem alguma impressão de Pequim?
A cidade é muito, muito boa. Tem de tudo. Em relação à vida noturna, é como se estivesse em São Paulo. Só para se ter uma ideia, na minha primeira semana, comi em restaurantes brasileiros em cinco dias. Também encontrei restaurantes italianos, existe um espanhol dentro do próprio clube…

Encarou alguma comida daí?
Ainda não. Mas deu pra perceber que é meio lenda essa história de que se come barata e cachorro. De fato, existe uma feira aqui com escorpião e outros bichos. Mas é algo cultural. Inclusive, estou querendo ir para conhecer.

Aprendeu alguma palavra em mandarim?
Só o básico do básico. Estou me virando bem porque o Vagner Love me indicou um tradutor. É o Fernando, que nasceu na China, se mudou com quatro anos de idade para o Brasil e está de volta aqui. Ele já havia trabalhado com o Love e está me dando uma força.

Quanto a companhia do Ralf o ajuda nesta nova fase?
Ajuda demais. Fiquei muito tempo sozinho na Alemanha, sem qualquer brasileiro. E dá para dizer que faz uma diferença enorme. O Kléber (atacante que defendeu o Palmeiras em 2013) também está aqui desde o ano passado e dá uma força.

Você quem indicou o Ralf?
Não. Quando assinei contrato, me falaram que o Ralf também estava acertando.

É verdade que você consultou alguns ex-jogadores antes de fechar com o clube?
Eu tinha muito medo de perder uma oportunidade financeira como essa, de garantir uma vida boa para a minha família. Então, falei com o Cássio (ex-lateral-esquerdo) e o Fernando (ex-zagueiro), ambos do Flamengo. A vida de jogador de futebol é uma mentira.

Por que é uma mentira?
Primeiro, porque temos pouco tempo para ganhar dinheiro. Com 35 anos, um atleta já é considerado quase um aposentado, enquanto em outras profissões o cara está começando a ocupar espaço. Depois, porque no futebol você pode estar ganhando uma coisa hoje, ganhar muito menos em seguida e triplicar o valor na sequência. E tem mais: o atleta pode ganhar o quanto for, mas gasta bem.

Está no time dos gastões?
Não, não. E minha mãe (Salete) me ajuda muito com isso. Ela sempre trabalhou como securitária, fazia os seguros das obras, então, me orienta até hoje e administra as coisas. Mas eu também sou um cara mais calmo, penso na frente.

Do que mais tem sentido falta em relação ao Brasil?
De muita coisa. Da minha mãe, dos amigos, dos meus cachorros. Eu e a Fernanda (com quem se casou em dezembro) temos dois: a Clarinha e o Biscoito, que são da raça lulu da pomerânia. Esses bichos são os mais fiéis do mundo. Às vezes, você chega em casa triste e eles te animam. E não importa o quanto você tem, porque eles sempre consideram seus donos os melhores do mundo.

Dá para garantir que você fica os três anos de contrato aí?
A princípio, sim. Fui eu quem pediu esses três anos, como garantia de que terei três anos bem empregado. Certamente, se eu quiser, poderei me aposentar no fim do contrato.

Já está pensando em parar com 28 anos de idade?
Há uns três anos, eu pensava que iria até os 30. Agora, imagino uns 32 ou 33. Aí, verei.Retomando a parte financeira.

Há quem diga que você ganharia o triplo do salário do Corinthians se fosse para o Schalke 04 e que, na China, a proposta quase dobrou a oferta alemã. É por aí?
É chato falar sobre valores, né? O que dá para dizer é que é a melhor proposta que eu já tive.

Voltaria ao Corinthians?
Com o maior prazer do mundo. É um clube que vou guardar com muito carinho, porque teve uma equipe médica que soube entender de que meu corpo precisava, me deu a chance de atingir o auge da minha carreira e porque foi o melhor time em que já joguei.

Mais até do que o Bayer Leverkusen?
Com certeza. A gente jogava por música. Havia um entendimento sensacional. Defendíamos da mesma forma que atacávamos. Foi o time mais equilibrado no qual joguei.

Ainda mantém contato com alguém?
Com quase todo mundo. Estava falando agora há pouco com o Bruno Mazziotti (fisioterapeuta que foi contratado em janeiro pelo Shandong Luneng). Um pouco mais cedo, falei com o Jadson. Também estou sempre em contato com Elias, Gil, Fábio Santos…

Já bateu saudade do quê?
De muitas coisas, a começar pelo lanchinho que o Mancha fazia no café. De manhã, ele preparava um peito de peru com queijo minas na chapa e, à tarde, uma banana amassada com aveia e mel. Ele dizia que era o segredo para eu não me machucar (risos).

Tem visto os jogos?
Não está dando, porque o horário é ruim e muitos sites aqui são travados. Por exemplo, é difícil abrir o Netflix. Mas acompanho as notícias pelos sites e estou por dentro.

O Corinthians de 2016 é mais fraco que o de 2015?
Não vejo motivo para acharem isso. Tem jogadores de qualidade entre os reforços, só que não será da noite para o dia que eles vão jogar como a gente. O torcedor precisará de paciência.Todos os jogadores enchem a bola do Tite.

Você também?
Ele me ajudou demais a evoluir como líder dentro de um time. Quando eu tomava alguma decisão errada, ele me chamava e dizia que um líder não fala assim, mas fala assado. Ele foi um pai para mim. E procurei levar esses ensinamentos tanto no Corinthians quanto na seleção.

Qual foi seu jogo inesquecível pelo Corinthians?
Aquele 3 a 0 no Atlético-MG, em pleno Independência. Foi nossa melhor partida, até porque era decisiva, os caras não perdiam lá. Taticamente, fomos perfeitos e demonstramos um emocional incrível.E o momento mais difícil?
O início do Brasileiro de 2015 foi bem complicado, porque perdemos alguns jogadores e parecia que o barco iria afundar. Aí, chamei o Tite e disse que estava preocupado. Sentamos com a diretoria e o presidente (Roberto de Andrade) jurou que ninguém mais sairia. O Elias estava quase fora e tinha mais gente para sair, mas o presidente cumpriu a palavra.

Os atletas que seguem no Corinthians só receberam o prêmio pelo título do Brasileirão em fevereiro. O seu foi pago?
Ainda não vi, porque estava na correria com mudança, casa nova… Mas tenho certeza de que, pela relação que tenho com a diretoria, vão pagar.

Mas e os direitos de imagem, foram pagos?
O Corinthians teve uma dificuldade financeira muito grande no ano passado. Do início ao fim. As pessoas nem imaginam. Cheguei a ficar 11 meses sem receber imagem e nunca reclamei publicamente. Seria pior jogar isso para fora. Poderia soar como desculpa.

Quanto a imagem representava no seu salário?
50%. Tive de me reprogramar para várias coisas, porque só recebia metade.

E pagaram ou ainda devem?
Ainda tem algumas imagens. Não são mais 11, mas tem.

A eliminação para o Guaraní do Paraguai no primeiro mata-mata da Libertadores de 2015 teve a ver com os atrasos?
Nada a ver. Nessa hora, em um torneio do tamanho da Libertadores, o dinheiro fica em segundo plano. Todo mundo queria ser campeão de novo, disputar o Mundial… Se fosse por causa dos atrasos, não teríamos sido campeões brasileiros.

Já havia tido outras propostas para deixar o Corinthians antes de Schalke 04 e Guoan?
Tive sondagem do Hamburgo e proposta do Werder Bremen em 2014. No fim do ano passado, o Leverkusen cogitou e o Schalke fez oferta oficial. E eu cheguei a balançar, porque a parte financeira era muito boa.

E por que disse “não” aos alemães do Schalke?
Para falar a verdade, não cheguei a dizer “não”. Era para jogar numa cidade perto da que morei, em um time com muita torcida, com jogadores que eu conhecia… Comecei a colocar na balança. Do outro lado, tinha o Tite, o Corinthians… Estava mais para ficar quando começaram a sair vários jogadores. Aí, apareceu a China.

De todos os seis titulares que deixaram o Corinthians, você foi aquele que mais irritou a torcida. É sinal de que era o mais identificado?
Eu fiquei triste com isso, porque muitos parecem não saber direito a história. Mas também vi que bastante gente entendeu. Para mim também não foi fácil. Saí de casa, onde me sentia bem, com tudo redondo.

Jogaria no Palmeiras ou no São Paulo?
Hoje, não! Aprendi que nunca pode-se dizer “nunca”, até porque pode acontecer de o Corinthians não me querer. Mas vou dar preferência para o Corinthians, em São Paulo, e para o Flamengo, no Rio.

Você nunca escondeu que era flamenguista na infância. Hoje, é mais corintiano?
Cabem os dois clubes no meu coração.

Como recebeu a notícia da convocação para a seleção?
Tinha me perdido no fuso horário e achei que a lista sairia mais tarde. Aí, o Carlos (Leite, empresário) me ligou e ficamos conversando até a hora em que saiu meu nome. Ele deu um grito de alegria.

Foi melhor do que os outros chamados, por estar na China?
Não dá para dizer que foi surpreendente, mas foi diferente.


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118455 visitas - Fonte: Blog do Jorge Nicola

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