Um dado salta aos olhos de quem vai analisar o Corinthians de 2016. O time conseguiu 21 pontos em dez jogos (contando a Florida Cup). São números muito bons. Mas há algo mais impressionante.

O time ganhou 8 pontos com gols nos acréscimos. O gol salvador deu a vitória contra Oeste, XV e Cobresal e impediu a derrota contra Ferroviária e São Bento. São 38,1% dos pontos conquistados.

Como entender isso?

Os que não gostam do clube dizem que é sorte e nada mais. Que o time é uma porcaria, que Tite não sabe nada etc e tal. Quando não é sorte, é o juiz que ajuda. Nunca é mérito

Os fiéis mais fanáticos, ao contrário, acham que tudo está certo. Que Tite é o melhor técnico do mundo e que todos os títulos do ano serão conquistados, com emoção, que ainda é melhor.

O meio termo poderia explicar melhor.

É bom notar que o gol salvador, nos acréscimos, tem vindo sempre a partir de um grande volume de jogo. O time, mesmo sem brilhar, sufoca o rival. Troca passes, busca os lados, cruza muito. E vence.

É bom lembrar que vencer nos acréscimos pode ser – no caso do Corinthians, é – reflexo de grande volume de jogo, mas não é – no caso do Corinthians – fruto de um grande futebol, de uma grande partida.

Ou seja, pode ser justo – e é – vencer no final. Mas, a qualquer momento, a vitória não virá. E nem o empate.

É a teoria do copo pela metade. Está quase cheio? Está quase vazio?

É normal em um time em construção.

Os próximos jogos podem confirmar qual fanático está certo. Ou então, a discussão continuará acesa.