13/2/2016 08:14
Ronaldo torce por surgimento de novo Fenômeno: "Quero que seja logo"
Perto de fazer 5 anos de aposentadoria, ex-atacante critica sistema político do futebol nacional, promete biografia "diferente de tudo" e lamenta falta de jogadores polêmicos
Ronaldo critica sistema político do futebol brasileiro em entrevista ao "Tá na Área" (Foto: Reprodução SporTV)
Ronaldo completa cinco anos de aposentadoria no próximo domingo. No dia 14 de fevereiro de 2011, aos 34 anos, o atacante encerrava sua trajetória nos campos e culpava às dores e o hipotireoidismo pela decisão. Em entrevista exclusiva ao "Tá na Área", o ex-atacante diz que não sente falta da rotina da carreira, critica o sistema político do futebol brasileiro e revela que acredita e torce pelo surgimento de um novo Fenômeno.
- Sempre vem. Não existe ninguém insuperável, insubstituível. Eu quero que seja logo. A gente teve gerações incríveis, de jogadores com muita atitude. Às vezes muito marrento, criando histórias. Isso, principalmente no Brasil, movimenta muito o futebol. As declarações, provocações. A gente não tem nada disso hoje. Uma pena - disse.
Ronaldo não foge das polêmicas e critica o sistema político do futebol brasileiro. O ex-atacante cita a mudança de estatuto da CBF, que permitiu um vice-presidente aliado de Marco Polo Del Nero assumir o cargo de presidente enquanto o dirigente está afastado.
- A necessidade de mudança é muito clara. O nosso sistema é falido. A gente vê manobras, por exemplo: a manobra do ex-presidente Marco Polo Del Nero, sendo investigado, muda o estatuto, convida mais um de maior idade para ser o vice-presidente e manter o mesmo sistema. E a gente assiste sem poder fazer nada, porque o sistema está permitindo isso - critica.
O Fenômeno compara o momento do futebol nacional com o conturbado cenário político do Brasil atual e pede mudanças para um sistema transparente e difícil de ser corrompido.
- O futebol vive o retrato do nosso país. Tudo isso a gente espera que mude, todos os escândalos na política como no futebol a gente quer que se esclareçam. E que criem um sistema que não seja tão fácil de ser corrupto ou que seja um sistema muito transparente. E que nós não passemos uma situação tão difícil como essa que a gente está passando - afirma.
Atualmente, Ronaldo é um dos proprietários do Fort Lauderdale Strikers, equipe da North American Soccer League (NASL), considerada uma segunda divisão nos Estados Unidos.
- Minha aposentadoria não é das melhores possíveis. Não é aquela aposentadoria pé na areia, apesar de estar próximo. (Dá para curtir) não em época de Carnaval, verão no Rio. Mas em outras épocas com a praia mais tranquila dá para ir. Eu trabalho mais agora e ganho menos do que antes. Na época, fazer gol era muito mais rentável - brinca.
Confira outros trechos da entrevista:
O que mudou no Ronaldo?
Hoje, praticamente, eu divido o meu tempo entre minha família e o trabalho.
Esperava que hoje estaria tão bem reconhecido nesse outro lado?
Na verdade não. Tem sido incrível trabalhar com publicidade, e fazer trabalho com celebridades, esportistas. Ou seja, uma marca que já virou. Eu estou orgulhoso de ter criado. Tenho feito outras coisas ligadas diretamente ao futebol. Uma escola de futebol. A gente entrou forte na China. temos mais de 30 unidades. Fechamos mais de 15 contratos no Brasil. Abrimos três academias no Brasil, vendemos mais de 10 nos Estados Unidos. E assim eu estou indo pelo mundo afora.
Qual alegria o futebol te traz?
Eu amo o futebol. Eu gosto de assistir os grandes jogos pelo mundo. Assisto quase todos. Sinto saudade da parte esportiva, não das viagens, treinos. Mas do domingo tenho muito saudade.
Você escreveria um livro?
Faz parte do projeto meu, mas não no momento. Eu tenho uns capítulos ainda a escrever. Mas tenho certeza que essa biografia vai ser diferente de tudo que já viram e contando muitas histórias bacanas do futebol.
Faltou algo na sua carreira?
Não diria que tenha faltado alguma coisa. Eu sou muito feliz com o que eu fiz, realizei, conquistei. Principalmente com a mensagem que eu quis passar de jogar o futebol com muita alegria, paixão. Acreditar no futebol do jeito que eu acreditei. Consegui passar essa mensagem do amor que eu tenho pelo futebol.
Qual foi o melhor Ronaldo?
Eu diria que a do Corinthians foi uma grande fase apesar que não estar naquela fase 100% fisicamente, mas eu era muito decisivo. Menos participativo que em outros clubes, mas era muito efetivo, muita experiência dentro de campo. Essa fase foi muito importante.
Se você pudesse voltar atrás. Você teria jogado um pouco mais?
Não. Eu tentei até o último minuto, até o fim. Eu parei de jogar por causa de uma dor no púbis. Que foi a dor mais insuportável que eu tive como atleta.
Alguém falou para você não parar? Alguém em especial?
Muita gente. O próprio Andrés Sanchez. Nós ficamos abraçados chorando, ele tentando me convencer de que eu poderia ir mais. E eu tentando convencê-lo que não podia mais. Quando o corpo chega em um limite é muito complicado. E a minha geração treinou errado durante muitos anos. Toda tecnologia que tem hoje, talvez , eu peguei nos últimos 10 anos de carreira. Nos primeiros anos de carreira a gente treinava muito mal. Na seleção brasileira a gente fazia a preparação e eu tinha que correr a distância igual o Cafu corria (...) Não era um treinamento individualizado, explorando as melhores características de cada jogador. Isso ao longo dos anos os jogadores se machucavam muito mais. Hoje em dia se machucam muito menos porque o treinamento é individualizado. Vai todo mundo no seu limite (...) O futebol evoluiu muito nessa questão.
O que foi determinante para você ir para o Corinthians?
Além de ter sido a única oferta que tive. Eu fiquei três meses treinando no Flamengo e sou muito agradecido de ter ficado aquele período treinando lá. Só que eles não acreditavam realmente que eu pudesse recuperar. Porque senão teriam feito alguma oferta, teríamos iniciado alguma conversa. Afinal, fiquei três meses treinando no Flamengo.
Ao longo da carreira, Ronaldo marcou 475 gols, contando as passagens por Cruzeiro, PSV, Barcelona, Inter de Milão, Real Madrid, Milan, Corinthians e Seleção Brasileira. O Fenômeno foi eleito três vezes o melhor jogador do mundo pela Fifa e deixa o futebol com o maior artilheiro do Brasil em Copas do Mundo e com dois títulos da principal competição do planeta (1994 na reserva e em 2002 como titular).
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