3/2/2016 07:57
Caça do Monaco por zagueiro faz agente lucrar com Corinthians e Atlético-MG
Divulgação AS Monaco
Jemerson se apresenta ao Monaco: vendido por R$ 50 milhões
O interesse do Monaco-FRA em ter um zagueiro brasileiro em seu elenco, na última janela de transferências, rendeu pelo menos duas comissões ao empresário Giuliano Bertolucci. As negociações envolveram o Atlético-MG, o Corinthians e o Banco BMG, todos com os quais ele possui ótimo relacionamento.
Ainda no início de dezembro, o zagueiro corintiano Felipe foi procurado pelo Monaco-FRA para se transferir à Europa. Quando a janela de transferências se abriu, em janeiro, o Corinthians recebeu proposta oficial de aproximadamente 6 milhões de euros (R$ 26,5 milhões) para vender o jogador. Era, naquele momento, o auge do desmanche que consumiria seis titulares do grupo campeão brasileiro.
Diante da possibilidade de perder Felipe, o presidente Roberto de Andrade resolveu investir cerca de R$ 13 milhões para comprar os 50% dos direitos econômicos que pertenciam ao Banco BMG. Assim, o Corinthians cobriu a oferta e manteve seu jogador, agora com 100% de direitos a uma venda futura. Giuliano Bertolucci é o agente do zagueiro, que recebeu reajuste salarial, e também representante do BMG na operação.
Frustrado pela tentativa sem sucesso de contratar Felipe, o Monaco direcionou seu foco para outro atleta representado por Bertolucci, em parceria com o empresário Alex Zica. Assim, na última semana, o clube francês investiu quase 11 milhões de euros (cerca de R$ 48 milhões) para comprar o atleticano Jemerson, 23 anos.
Um dos beneficiados também nessa operação foi o Banco BMG, que tinha 20% de direitos econômicos de Jemerson e, dessa forma, terá cerca de R$ 10 milhões a receber do Atlético-MG. Além do banco, o Supermercados BH também ficará com R$ 10 milhões referentes a 20% que adquiriu em 2015.
Em julho, com Carlos Miguel Aidar na presidência, o São Paulo vendeu o meia Boschilia para o Monaco por 10 milhões de euros, também com representação de Giuliano Bertolucci.
Empresário cita ótimas relações para os negócios; comissões podem superar R$ 7 milhões
"Sou empresário há muitos anos e tenho ótimas relações no mercado em que atuo, inclusive com diversos clubes pelo mundo. A minha relação com o Banco BMG não é diferente. Temos um ótimo relacionamento, que é recíproco. O Banco tem participação em atletas e faço o meu trabalho que é comprar e vender jogadores", disse Giuliano Bertolucci ao UOL Esporte, ao ser perguntado sobre qual é sua relação com o BMG.
Empresários ouvidos pela reportagem estimam que as comissões recebidas por ele nas duas operações com o Monaco totalizam 1,7 milhão de euros (R$ 7,4 milhões). Segundo conduta padrão de mercado, o agente tem direito a 10% do valor total de cada transferência.
Bertolucci teria lucrado, então, R$ 4,8 milhões pelo acerto do Monaco com Jemerson. No caso de Felipe, mesmo o Corinthians comprando somente os 50% do BMG, o empresário ganha pelo valor total dos direitos econômicos, gerando um repasse de R$ 2,6 milhões ao agente.
Maiores negócios recentes de Corinthians e Atlético-MG foram intermediados por ele
As vendas do ex-corintiano Paulinho, para o Tottenham-ING, e do ex-atleticano Bernard, para o Shakhtar-UCR, tiveram participações de Giuliano Bertolucci. Juntos, os negócios realizados em 2013 totalizaram quase 50 milhões de euros. Nos dois casos, o Banco BMG também possuía direitos econômicos.
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