29/1/2016 08:34

Corinthians corre risco de ter violado regulamento da Fifa em dois reforços

Corinthians corre risco de ter violado regulamento da Fifa em dois reforços
Coibida pela Fifa desde 2014, a utilização dos chamados "clubes pontes" envolve as transferências recentes do meia Marlone e do zagueiro Vílson para o Corinthians.

Penapolense-SP e SEV Hortolândia-SP, respectivamente, cederam os jogadores por empréstimo para o Corinthians. Mas, em mais de um ano com contrato firmado, eles jamais vestiram a camisa dessas equipes. O departamento jurídico corintiano alega não haver irregularidades. As duas negociações foram feitas com o empresário Fernando Garcia.

"Um dos artigos que estamos implementando é a proibição de transferências ponte que fogem do caráter esportivo, que são mais ou menos esses casos", explica Reynaldo Buzzoni, diretor jurídico da CBF.

Em caso de uma eventual irregularidade pelos negócios, o regulamento da CBF (baseado no da Fifa) fala em três tipos de punição: multa financeira, impedimento de novas contratações por até duas janelas de transferências, ou rebaixamento e/ou perda de pontos em torneios nos quais os jogadores foram utilizados.

Em transferências internacionais, a Fifa tem agido para coibir a utilização de clubes ponte. Já existem, inclusive, punições aplicadas para negociações similares. No Brasil, de acordo com Buzzoni, a implementação expressa ocorrerá apenas em breve, mas já é acompanhada pela entidade que regula o futebol mundial.

"Até o fim do mês, deve sair o novo regulamento em que vamos coibir isso. A Fifa, atualmente, até pode punir o clube em uma transferência internacional. Agora, se a gente ver uma questão fora do padrão, e estamos em contato direto com a Fifa, vamos nos falar", explica o diretor jurídico da CBF.

Advogado especializado nas questões relativas à Fifa, Marcos Motta indica que transferências como essa estão na mira da entidade. "O que sabemos baseados em decisões da Fifa é que negócios como esse são analisados caso a caso. A nova regulamentação da CBF terá expresso o clube ponte, é o primeiro lugar no mundo. E há clubes (especializados em negócios do tipo) que merecem um tratamento especial", explica Motta. Penapolense e SEV Hortolândia estão entre eles.

"Eu provoco o cliente (empresários) a se olhar no espelho. Essa transferência (como de Marlone e Vílson para Penapolense e SEV Hortolândia) tem finalidade desportiva? Existe a necessidade desse clube intermediário? São perguntas óbvias", explica Motta. "Um dos artigos é a proibição de transferências chamadas ponte, que fogem do caráter esportivo. A ideia (no novo regulamento) é que todas as transferências sejam checadas. Se houver problemas, vamos notificar, podendo até ser cancelada", complementa Reynaldo Buzzoni.

Em ambos os casos, o empresário e ex-conselheiro corintiano Fernando Garcia utilizou os clubes para o registro de jogadores dos quais também possui direitos econômicos. A Fifa, atualmente, proíbe empresas de possuírem porcentagens em transferências de atleta.

Ao UOL Esporte, Buzzoni confirmou ciência sobre a relação entre Garcia com os dois clubes: o Penapolense já foi utilizado para registros de outros atletas, como o também corintiano Petros. Já o SEV Hortolândia pertence ao empresário Marcus Sanchez, ex-sócio de Fernando.

Para o Corinthians, negociações estão dentro da lei

"A regulamentação fala sobre os clubes considerados ponte, como foi o Monte Cristo no caso Iago Maidana. O jogador foi comprado do Criciúma pelo Monte Cristo e imediatamente vendido ao São Paulo. As negociações que fizemos foram por empréstimo e os jogadores têm vínculos com esses clubes", explica Luiz Felipe Santoro, advogado corintiano e responsável por analisar os casos.

Fifa já investigou transferência de zagueiro corintiano com os mesmos intermediários

A operação do zagueiro Cléber, atualmente no Hamburgo-ALE, foi investigada pela Fifa no ano passado. Fernando Garcia e Marcus Sanchez foram sócios na compra do jogador que pertencia à Ponte Preta, passou uma temporada no Corinthians e foi vendido à Alemanha sem gerar nenhum lucro ao clube. Nenhuma punição, entretanto, foi aplicada.

Corinthians realizou dois negócios parecidos em 2015

Após ser dispensado pelo Botafogo, o lateral direito Edílson assinou com o Monte Azul-SP antes de ser imediatamente emprestado ao Corinthians. Meses depois, o volante Warian Ameixa foi comprado do Remo-PA pelo Coimbra-MG e cedido para o time Sub-20 corintiano, com o qual foi titular no vice-campeonato da Copa São Paulo. A equipe mineira em que está registrado o jovem é utilizada pelo Banco BMG para o registro de atletas e também está entre as que são monitoradas pela CBF por possível caráter de clube ponte.


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