Corinthians recebeu troféu do Brasileirão em 22 de novembro; clube ainda não repassou prêmio (Foto: Agência Reuters)

Depois de dizer que tentaria acertar nesta semana o pagamento das premiações relativas à conquista do Campeonato Brasileiro, a diretoria do Corinthians não colocou novo prazo para acertar as pendências e preocupou alguns jogadores no início da atual temporada.

No dia 7 de dezembro, o clube recebeu os R$ 10 milhões prometidos pela CBF como prêmio pelo título. Desde então, porém, não acertou a parte destinada aos atletas – cerca de R$ 8,5 milhões a serem divididos no elenco.

Os atletas que mais vezes atuaram receberão um montante maior. Com isso, o goleiro Cássio (35 partidas) fica em vantagem sobre os demais. Abaixo dele estão o meia Jadson (34), o zagueiro Gil (34), o volante Ralf (31) e o meia Renato Augusto (30).

Destes, Jadson, Renato e Ralf deixaram o clube rumo ao futebol chinês. Apesar de terem rescindido contrato com salários e direitos de imagem em dia, os jogadores continuam sem receber a premiação e aguardam uma definição da diretoria.

No início da semana, o diretor financeiro Emerson Piovezan explicou o motivo do atraso.

– Temos que definir os valores para cada atleta, segundo o critério estabelecido. Isso ainda não foi feito pois, após o último jogo, todos os atletas e comissão técnica saíram de férias. Pretendemos solucionar esse problema nos próximos dias – afirmou Piovezan.

O R$ 1,5 milhão que sobrará da premiação da CBF será do técnico Tite e da comissão técnica. O treinador embolsará pouco mais de R$ 1 milhão. O restante será dividido entre membros do grupo de trabalho dele.

O Corinthians sofreu com problemas financeiros ao longo de 2015. O clube teve dificuldades para pagar os direitos de imagem de parte do elenco – alguns atletas, como Ralf e Emerson, chegaram a ter dez meses atrasados. A direção, porém, conseguiu quitar as dívidas no segundo semestre.

Com a política de corte de gastos implantada pelo presidente Roberto de Andrade, eleito em fevereiro, o Timão reduziu o rombo financeiro, mas fechou 2015 no vermelho. O clube calcula um déficit de cerca de R$ 50 milhões, bem abaixo dos R$ 97 milhões de 2014, último ano da gestão de Mário Gobbi Filho.