MAURO HORITA/AGIF/GAZETA PRESS

O Corinthians tem sofrido uma debandada após a conquista do Campeonato Braisleiro. Jadson e Renato Augusto já deixaram o clube alvinegro para ir ao futebol chinês, e Ralf, também. O presidente do clube alvinegro, Roberto de Andrade, confirmou a saída do volante em entrevista coletiva nesta quinta-feira.

"Ralf está praticamente fora. É a mesma situação. Assinou pré-contrato conosco. Até já foi embora", declarou o dirigente, que vê Elias e Gil também serem apontados como alvos de clubes chineses.

O campeão brasileiro está indefeso diante do dinheiro do país asiático.

"O clube toma ciência disso (saída de jogador) meia hora antes de o atleta ir embora. Não existe defesa para o clube nesta situação. Ainda podemos perder quantos jogadores forem. Então, quero que o torcedor entenda que até então contávamos com todos os atletas. O Renato Augusto esteve aqui ontem, se despediu, e o Corinthians não tem um documento dizendo que vai pagar pelo atleta. Eles se acertaram com o atleta e disseram que vão pagar. Não falaram com ninguém. Não sabem nem meu nome. Existem sondagens a outros atletas. Então, podemos nos próximos minutos, horas, perder outros jogadores", disse Roberto de Andrade.

Surpreendido, presidente diz que ninguém é obrigado a ficar

O dirigente ainda aproveitou para dar um recado ao elenco: o atleta que quiser sair não é obrigado a ficar.

"É o preço que se paga por um time campeão. Não vamos fazer loucura. Primeiro, que é insano equiparar salário de 2 milhões de reais. Não existe nem na Europa, muito menos no Brasil. Infelizmente, temos que olhar para frente. Na medida do possível, estamos trabalhando para repor as peças. Ninguém é maior que o Corinthians. Não quero nenhum atleta aqui que não queira ficar. Pode ir embora, não tem problema nenhum. O Corinthians não vai acabar", declarou.

Além disso, ele se mostrou surpreso com o que tem acontecido com o clube nos últimos dias, algo que, segundo ele, nunca tinha visto antes.

"Todo mundo está preocupado. É uma situação atípica. Nunca vi nenhum clube sofrer um assédio tão grande em um mesmo momento. Não lembro também de um clube com tanta qualidade em seu elenco. A preocupação é normal. O planejamento estava sendo feito de uma forma e se apresentou de outra. Temos de ter cabeça no lugar, serenidade e ir atrás de quem nos interessa. Não podemos dar tiro errado."

Em um tom de voz enérgico, o dirigente também disse não ficar bravo com quem está saindo.

"Ele procura o que é melhor para a vida dele. Eu que sofro, não durmo. O resto não tem amor pelo Corinthians. Ele trabalha no Corinthians. Não vamos esconder a realidade. Todos trabalham em troco de dinheiro. Quando chegaram, esses jogadores não tinham grife nenhuma. Então, acho que o Corinthians vale alguma coisa, né?", afirmou.