O vice-presidente de comunicação do São Paulo, José Franscisco Manssur, é procurador da empresa do agente Eduardo Uram (foto ao lado) em duas ações de execução contra o Corinthians que cobram, somadas, R$ 610.250,47 de comissões devidas pelo clube do Parque São Jorge.
As ações foram distribuídas no Foro Regional do Tatuapé, em São Paulo, no mesmo dia, 1º de dezembro de 2015. Elas se referem a valores vencidos pela comissão das contratações dos meias Ibson (R$ 177.130,20) e Rodriguinho (R$ 433.120,27), ambas em 2013.
No primeiro caso, o clube se comprometeu a pagar R$ 190 mil à Brazil Soccer, mas apenas R$ 70 mil foram quitados. Pela transferência de Rodriguinho, o acerto era de uma comissão de R$ 315 mil à empresa de Uram, que afirma não ter recebido nada ainda.
Manssur é nomeado procurador nos dois processos, junto aos sócios de seu escritório de advocacia, o AMVO. Na petição inicial, a Brazil Soccer requer que as publicações referentes às ações sejam feitas em nome de Carlos Eduardo Ambiel e Marcel Belfiore Santos.
O dirigente tricolor também é procurador em ação do Tombense, clube que Uram utiliza para registrar alguns de seus atletas, contra o Santos – os mineiros cobram R$ 591.436,31 de uma parcela atrasada pelo empréstimo do meia Cícero, em 2012.
A relação entre Manssur e Uram gerou uma investigação no Conselho Deliberativo do São Paulo – além dele, o diretor-executivo Gustavo Vieira e Oliveira também é alvo da apuração. O agente, nos últimos anos, colocou vários atletas no clube, como Cícero, Cortez, João Filipe, Juan, Maicon, Bruno, Welliton, Aloísio e Roger Carvalho.
O requerimento do associado Marcelo Pupo Barboza cita um suposto conflito de interesses pelo fato de o escritório ter prestados serviços a Uram e ao São Paulo – parceria rompida no início de 2015 por Carlos Miguel Aidar, adversário político de Manssur.
O clube do Morumbi afirma que a maior parte dos atletas agenciados por Uram foram contratados antes de o empresário se associar ao escritório de Manssur, em 2012. Na última reunião do Conselho, o vice-presidente de comunicação entregou documentos para ajudar na investigação.
*Por Leonardo Lourenço