A quarta edição do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino tem data para começar em 2016. No dia 20 de janeiro, 20 equipes iniciam a disputa pelo título. Tem Corinthians, Flamengo, Santos, Vasco, entre outros clubes. Em três edições anteriores, apenas clubes paulistas levantaram o caneco: Centro Olímpico (2013), Ferroviária (2014) e Rio Preto (2015). O torneio conta com estreantes - casos de Corinthians, Náutico e Vitória-BA - e o retorno do Vasco.

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) divulgou os times que vão disputar o Brasileiro Feminino. Saiba mais. A única incerteza é o Kindermann-SC. O time decidiu encerrar as atividades após a morte do treinador. Veja como vem as principais equipes para a competição, que inaugura o calendário feminino do ano que vem.

Santos

De 2009 a 2012, o Santos foi apontado como o time mais forte de futebol feminino do Brasil. O time contava com grandes estrelas, como Marta e Cristiane. Ganhou, por duas vezes, a Libertadores Feminina.

Porém, por falta de recursos, a equipe encerrou suas atividades, voltando cinco meses depois. Na edição de 2015 do Brasileiro Feminino, o Santos chegou à segunda fase do torneio. As destaques do time são a zagueira Aline Calandrini e a atacante Ketlen. Gabi Zanotti, que veio do draft realizado pela CBF, voltou para a seleção permanente.

Caio Couto, técnico do Santos na modalidade, fez uma análise do time no Brasileiro Feminino.

– O Santos sabe da grandiosidade do Brasileiro (Feminino) e das dificuldades. Grandes equipes vão participar, e temos que ir passo a passo, conquistando o nosso espaço. É um campeonato de fases eliminatórias, então temos que fazer bons jogos para conseguir avançar à segunda fase e, assim, sucessivamente. Queremos ir o mais longe possível na competição – disse.

Vasco

O Vasco começou as atividades no futebol feminino na década de 1990. O time é responsável por revelar Pretinha e Marta, maior artilheira da seleção brasileira. No Brasileiro Feminino, o Vasco estreou em 2013, e quase se classificou para a segunda fase, ficando na terceira colocação no grupo 2, atrás de São José e Foz Cataratas.

Em 2014, o time se manteve, mas foi eliminado com quatro derrotas em quatro jogos disputados e não seguiu em 2015. Com novo patrocinador e elenco, as vascaínas voltam a disputar o torneio. José Mourão, vice-presidente do clube, comenta que "negociações com grandes nomes" estão em andamento e diz que a expectativa é de ser campeão.

– O time que vai disputar o Brasileiro é totalmente diferente de anos anteriores. Em outras edições, o elenco era formado pelo sub-17. Agora, estamos em contato com grandes jogadoras e uma excelente comissão técnica, que dará conta do recado. Vamos entrar para ser campeão e escrever uma história no futebol carioca – disse.

Corinthians

O clube paulista fará sua estreia nesta categoria. A adesão surge por meio do Profut, um programa de modernização em que os clubes investem nas categorias de base e no futebol feminino.

Arthur Elias, campeão brasileiro pelo Centro Olímpico em 2013, foi confirmado como o técnico. O projeto envolve o Osasco Audax. A ex-zagueira da Seleção Brasileira, Aline Pellegrino, será a supervisora e responsável por fechar o elenco para a disputa. O time fechou nesta semana a contratação da atacante Chu, campeã mundial com o São José (foto).

– Vamos ter um campeonato difícil Mas já iniciamos o nosso trabalho e estamos avaliando as nossas adversárias. Um grupo muito coeso está sendo montado e esperamos conquistar este título inédito – disse Arthur.

Flamengo

O Flamengo vai manter a parceria com a Marinha, iniciada em julho deste ano, que teve início no segundo semestre. A Marinha entrará com a parte humana - ou seja, jogadoras e comissão técnica - e com a parte de treinamento-, enquanto o Flamengo entrará com a parte operacional, na questão de tratamento com a CBF.

A principal destaque do Rubro-Negro é Tânia Maranhão, que conquistou a medalha de prata nas Olimpíadas de 2004, em Atenas, e 2008, em Pequim. A expectativa é que os jogos aconteçam na sede da Gávea, onde o time masculino do Flamengo realiza seus treinos.

O técnico será Ricardo Júnior. Ele fala da expectativa do clube no campeonato e comemora a oportunidade de colocar em campo as jogadoras titulares. Isso não ocorreu no Brasileiro Feminino deste ano, porque o Rubro-Negro cedeu atletas para a seleção brasileira nos Jogos Mundiais Militares, disputado na Coreia do Sul.

– A expectativa é considerada muito boa, devido a possibilidade de jogar todo o campeonato com o time titular, não tendo a necessidade de utilizar o time reserva como ocorreu no campeonato de 2015, por conta da ida delas aos Jogos Mundiais Militares. Parte do time titular representou o Brasil e parte do campeonato brasileiro foi disputado com a equipe reserva – observou.

Rio Preto

Atual campeão do Brasileiro Feminino, o Rio Preto quer manter a base para a próxima temporada e defender o caneco. A diretora do futebol feminino, Doroteia de Souza, avaliou o grupo das riopretenses.

– Não vamos ter um grupo fácil. O sorteio foi injusto com a gente (risos). Mas creio que vamos fazer um bom trabalho e brigaremos, novamente, pelo título. Estamos escrevendo uma linda história no futebol feminino da cidade e do país. E não podemos esquecer que vamos disputar a Libertadores, um título que a gente não possui – disse, em entrevista por telefone.

São José


O São José inicia a caça pelo único título que ainda não possui em sua vasta galeria de troféus. O time bateu duas vezes na trave. Em 2013, perdeu a decisão para o Centro Olímpico e, neste ano, foram superadas pelo Rio Preto. Confira como foi o segundo jogo da final. A técnica Emily Lima teve seu contrato renovado e permanece à frente da Águia do Vale.

Mas, para conquistar o inédito título, as Meninas da Águia não contam para a próxima temporada com a lateral-direita Paulinha e com a atacante Chú, que acertaram com o Corinthians. Formiga, que veio do draft da CBF, retorna à seleção, assim como a meia Bia.

Emily Lima vê com dificuldades a manutenção do atual elenco do São José. O Campeonato Brasileiro Feminino será o primeiro torneio do calendário. Em seguida, vem a Copa do Brasil, além do Campeonato Paulista. Por conta das Olimpíadas, o calendário passou por ajustes.

– Vamos tentar manter a equipe, mas está difícil. O Corinthians está montando um time e já perdemos algumas jogadoras – comentou a treinadora.