25/12/2015 11:35

Chateado com "maldosos", Cristian espera 2016 melhor após readaptação

Aos 32 anos, volante afirma que realizou sonho ao voltar ao Corinthians. Com poucas chances, relata dificuldades, lamenta lesões e reclama de críticas sobre seu salário

Chateado com
Cristian com os dois filhos em uma quadra de futsal em São Caetano (Foto: Marcelo Braga)

Cristian diz que viveu "em seu mundo" em 2015, ano em que retornou ao Corinthians cercado de enormes expectativas, mas participou de apenas 26 jogos, a metade como titular, mesmo com um dos maiores salários do elenco campeão nacional.

No mundo de Cristian, as críticas das "pessoas maldosas" machucaram, mas foi na família que o volante de 32 anos se apegou para se manter tranquilo e esperançoso por um 2016 com maior frequência de jogos e melhor desempenho.

Em conversa com o GloboEsporte.com antes de um jogo de futsal do filho Júnior, de sete anos, em São Caetano do Sul, ele admitiu as dificuldades que teve para se readaptar ao futebol brasileiro após seis anos no Fenerbahce, da Turquia.

– Esse ano foi muito complicado para mim. Espero que 2016 seja melhor – afirmou o volante, que teve como momento de maior brilho um dos gols da goleada por 6 a 1 contra o São Paulo.

Confira abaixo a entrevista completa com o volante do Timão:

GloboEsporte.com: Qual o seu balanço de 2015? Um ano positivo ou negativo para você?

Cristian: Negativo não foi, né? Acabar o ano campeão, não tem negativo. Mas, no lado pessoal, de jogar, foi um pouco triste pelas contusões. Quando tive a oportunidade, me machuquei, e depois minha volta foi mais difícil, o time já tinha se encaixado e não recuperei o espaço. Mas nunca deixei de trabalhar ou de respeitar as opiniões do treinador, os meus companheiros. Trabalhei e esperei a minha oportunidade.

Foi o seu primeiro trabalho com Tite. Gostou do estilo de comando dele?

Tite é um cara fantástico, um gestor de grupo que consegue falar a língua do jogador. Ele é bem direto nas palavras que precisa falar, e jogador gosta disso. É cara a cara, honesto, diferente de muitos outros treinadores. Mano Menezes também é assim. A gente gosta disso, que ele fale o que tem para falar. O jogador fica à vontade... E ele também dá liberdade para falar com ele.

Em junho, quando a crise batia à porta, Tite barrou Ralf para colocar você. E anunciou isso em uma conversa com vocês dois. É desse tipo de "cara a cara" a que você se refere?

Quando a gente entra, dificilmente perguntamos por que estamos entrando. Mas, quando saímos, começamos a nos questionar e quereremos criar um monstro. Tive experiências fora do país com jogadores importantes, como Alex e Fabio Luciano, caras que passaram por isso. Nessa situação, Tite chamou eu e Ralf e falou que era a minha oportunidade, que eu estava treinando bem. Ele não fez só comigo, fez com outros também, isso faz parte do trabalho que a gente vive. Só jogam 11 atletas. Tem de ver quem são os melhores dos treinamentos para poder escalar.

Amadureceu muito no período em que atuou pelo futebol turco?

Quando saí, era muito novo (26 anos). Com a convivência com outras pessoas, a gente aprende coisas que aqui (no Brasil) não aconteciam. Lá eu vivi muito com Roberto Carlos, Alex, e todos ficaram no banco. Jogadores consagrados, de seleção, que se sujeitaram a isso. Aqui não vai ser diferente. Vim para o Corinthians para ajudar, não para causar problema. Voltar era meu sonho e as coisas aconteceram como eu queria. Terminar o ano campeão foi o mais importante.

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Você recebeu muitas críticas por ter um salário elevado e ser pouco aproveitado...

Não gosto muito de ficar falando de salário. Cada um tem o seu, ninguém botou uma arma na cabeça de ninguém para ganhar tanto. As pessoas (jornalistas) têm de falar do jogador dentro de campo, não de salário. Se fosse assim, a gente falaria das pessoas que perguntam. Imagine eu perguntar sobre seu salário? Não vem ao caso. Tem de falar do profissional, se vem jogando bem ou mal. As críticas são normais, a gente que está neste meio tem de lidar com elas. É difícil, porque são pessoas maldosas, que às vezes falam coisas para machucar. Tenho família, filhos, pessoas próximas, isso chateia. Mas consigo me conformar com minha família, amigos, fico no meu mundo, né? Sou bem quieto, fico em casa e procuro pegar força com a minha família.

Não gosto muito de ficar falando de salário. Cada um tem o seu, ninguém botou uma arma na cabeça de ninguém para ganhar tanto
Cristian

Então esse tipo de comentário relacionado ao seu salário chateia você?

Chateia, né? São pessoas muito maldosas, que às vezes falam coisas que não são verdade. A gente está trabalhando, buscando a oportunidade, mas tem de entender que o time estava jogando bem. Como vai tirar alguém que está jogando bem para colocar outro? É difícil, né? Em nenhum esporte do mundo acontece isso. Se a pessoa está jogando bem, tem continuidade. Aconteceu isso. Eu respeitei e continuei trabalhando da mesma maneira.

Você chegou com uma lesão no púbis, então saiu atrás dos companheiros. No ano que vem, participando da pré-temporada, acredita que poderá ter mais oportunidades?
Chance eu tive, mas me machuquei depois (lesão na panturrilha direita), o que me atrapalhou. Começar do zero como todo mundo será importante. Todos da estaca zero, buscando seu lugar ao sol. Comigo não será diferente. Para mim, este ano foi muito complicado. Jogava em uma posição completamente diferente na Turquia. Voltar em uma posição que há seis anos você não faz mais, é difícil. Ainda mais pelo treinador que a gente tem, que os treinos são muito intensos, próximos do jogo. Na Turquia não tinha isso. Era um período, um treino mais relaxado. Aqui é como se fosse um jogo. Foi um ano de adaptação e aprendizado, espero que 2016 seja melhor.

Foram dois gols em 2015, ambos de pênalti, um deles contra o São Paulo, na goleada por 6 a 1. Logo que saiu a penalidade, você agarrou a bola. Queria muito fazer aquele gol?

Não era um desejo fazer um gol contra o São Paulo, pois gol é consequência do seu trabalho. Se você vem jogando bem, uma hora vai acontecer. O gol naquele momento era para mim mesmo, para minha família. O ano foi de muitas críticas, aquele momento foi meu, de alívio.

A sua comemoração de gol foi parecida com aquela de 2009, mas levantando os dedos indicadores em vez dos dedos médios. Resolveu não provocar os adversários desta vez?

Em 2009, não foi nada programado, foi um momento do jogo, aos 47 minutos, aconteceu. Neste já estávamos ganhando de cinco... Hoje tenho uma cabeça totalmente diferente, tenho filhos, que na época eram pequenos. Sei que nós jogadores somos exemplos. Mas, como virou uma marca, fiz parecido. Muitas pessoas me chamam para tirar foto daquele jeito e às vezes eu nem tiro porque, no mundo que vivemos hoje, é complicado. As pessoas não digerem bem as provocações. Mas fiz e, se tiver outro jogo, e eu tiver outra oportunidade, vou fazer de novo.


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