Gustavo Bou tem contrato com o Racing até 2020: multa de R$ 32 milhões (Foto: Alexandre Lozetti)
Gustavo Bou fez oito gols pelo Racing na Libertadores, e agora é cobiçado por clubes até do mundo árabe


Gustavo Bou, autor de oito gols pelo Racing na última Libertadores, passou a tarde da última terça-feira cercado por dirigentes brasileiros. Estavam todos hospedados no mesmo hotel, que pertence à Conmebol e fica ao lado do salão de convenções onde foi realizado o sorteio da edição 2016 do torneio.

Homenageado por ter sido o principal artilheiro em 2015, o atacante negou que esteja negociando com qualquer clube do país, mas admitiu que seria um sonho atuar no Brasil.

Durante algumas horas, o centroavante esteve ao lado dos dirigentes de Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Ele também foi uma das primeiras pessoas com quem cruzou a delegação do Atlético-MG, liderada por Daniel Nepomuceno. Ao vê-lo, o presidente do Galo negou a intenção de contratá-lo, mas deu uma pista de que outros dois brasileiros estariam interessados.

– Ele é um grande atacante, prestamos atenção a esse tipo de jogador, até pela carência de atacantes no futebol brasileiro, mas não conversamos com ele. Vocês deveriam perguntar para o Corinthians e o Flamengo – afirmou o dirigente, logo rebatido por Roberto de Andrade, presidente do Timão:
– Não sei de nada disso, não falamos com ele, não.

Alheio à boataria, Bou desfilou pelo saguão como se estivesse em casa: camiseta, um short que mais parecia uma sunga e chinelos nos pés. Seu contrato com o Racing vai até 2020, mas ele admitiu o desejo de conhecer de perto o futebol brasileiro.

– Sabemos que é um futebol que cresceu muito nos últimos anos, com o retorno de alguns jogadores que estavam fora do país. Seria um sonho poder atuar no Brasil. Nosso primeiro sonho é firmar-se em nossa equipe, e depois jogar fora do país, em outro centro de destaque – disse o goleador, que não demonstrou muita preocupação com a imagem do futebol brasileiro, e também admitiu não ser fissurado em futebol a ponto de acompanhar outros campeonatos.

– Nós vemos com bons olhos (a imagem do futebol brasileiro). É um país de muita tradição, e que vem crescendo ainda mais. Não tenho uma equipe preferida, conheço muitas e respeito todas elas, sejam as maiores ou as menos importantes.

A multa para tirar Bou do Racing é de 8 milhões de dólares (cerca de R$ 32 milhões). O presidente do clube, que disputará a primeira fase da Libertadores contra o Puebla (MEX), tem dito que venderá o atacante caso receba uma boa proposta. Recentemente, a diretoria argentina recusou uma de R$ 18 milhões do futebol árabe.

Questionado pelo apresentador do sorteio se disputaria a edição de 2016 pelo Racing, o atacante respondeu sem usar o microfone, e foi sucinto:
– Eu quero.

Se o Racing avançar à fase de grupos, irá confrontar Boca Juniors (ARG), Bolívar (BOL) e Deportivo Cáli (COL).