23/12/2015 18:15

Balanço: o que melhorou, e o que segue ruim na base brasileira em 2015

Balanço: o que melhorou, e o que segue ruim na base brasileira em 2015
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Quarta-feira, 23/12/2015 às 17:42 por Pedro Venancio
Balanço: o que melhorou, e o que segue ruim na base brasileira em 2015


É fim de ano, e começam a chover retrospectivas e balanços por todos os lados. O blog não fica de fora e analisa, como um todo, o 2015 visto na base brasileira, com melhorias, pontos negativos e o que ainda precisa melhorar.

O que melhorou?

- O departamento de base da CBF. Antes concentrado somente em Alexandre Gallo, que dizia claramente que "quem forma são os clubes e a gente só convoca", agora tem outra mentalidade, que conversa mais com os clubes e prioriza ajudar no processo de formação desses jogadores. Erasmo Damiani é o encarregado dessa mudança de mentalidade, que se ainda não afinou 100% o discurso com a prática (alguns jogadores maturados demais foram convocados em determinados momentos), caminha numa boa direção. O vice-campeonato mundial sub-20, conquistado da maneira que foi, mostra isso.

- O número de observadores da CBF. Eram dois, agora são seis. Alguns países europeus têm 40, 50, o que faz o número brasileiro parecer ridículo. Mas não há como negar o avanço, que consequentemente se extendeu à base de dados.

- A disputa do Brasileiro Sub-20, vencido pelo Fluminense. Se pensarmos que até 2012 não havia nenhuma competição de base organizada pela CBF no Brasil, novamente, é um avanço. Mas o ideal é que seja disputado em 19 datas, com um turno inteiro entre os clubes, pelo menos. E estamos longe do ideal ainda. Por motivos políticos e de logísticas.

- A Taça BH. Foi sub-17, com sedes estruturadas e próximas umas das outras, vencida pelo Corinthians. Os juvenis ganharam uma grande competição nacional e o calendário sub-20 foi um pouco desinchado.

Pontos negativos

- A postura do Atlético-PR na final da Copa do Brasil Sub-20. Desceu cinco jogadores dos profissionais (um deles, Marcos Guilhermes, havia jogado dois dias antes e correu o risco de se lesionar). Desprestigiou os jogadores que chegaram à final e deixou uma mensagem clara: o título vale mais do que a formação.

- O calendário segue cheio, com muitos jogos e competições. E a cobrança nos clubes normalmente é pelo resultado, para que o dirigente da vez possa fazer propaganda em cima de títulos. Com isso, treinadores colocam sempre os melhores em campo, e esses titulares ficam sem tempo para treinar, sobretudo no sub-20. Com isso, podem ser prejudicados na formação, pois ficam sem tempo para aprimorar deficiências antes de chegarem aos profissionais.

- Falta uma categoria intermediária entre o sub-20 e os profissionais. Um campeonato sub-23 seria importante para facilitar a transição de jovens jogadores. Há condições para buscar, financeiramente, a viabilidade desse campeonato. Jogadores jovens precisam jogar mais em alto nível para serem testados, e não perder tempo atuando contra os Bambalas dos Estaduais.

- Alguns gramados continuam horrorosos, e colocam a integridade física dos atletas em risco.

O que ainda pode e precisa melhorar?

- A qualificação dos treinadores. O curso da CBF existe atualmente, mas é caríssimo e fica só no Rio de Janeiro. Precisa ser mais acessível a profissionais de todas as regiões do país, tanto no aspecto financeiro quanto no geográfico.

- A transição dos juniores para os profissionais nos clubes brasileiros. Não cola mais o papo de "quem é bom se afirma de qualquer jeito". Precisa haver uma preparação e uma filosofia do clube que pretende usar a base.

- A discussão sobre a questão tática na base. Quanto o 4-2-3-1 forma pontas e serve pro contra-ataque, mas não forma meias e nem centroavantes? Por quê, desde a adoção desse "sistema da moda" pela maioria dos técnicos de base nos idos de 2008, 2009, não surgem mais muitos centroavantes de bom nível no Brasil ou meias que constroem jogo pelo lado? Há alguma relação de causa-efeito? Não há respostas definitivas. Mas a reflexão precisa ser feita. É o sistema ou a forma como o técnico trabalha nesse sistema?

O que precisa deixar de existir na base?

- A discussão ex-jogadores versus acadêmicos. Ex-jogador que usa só o prestígio pra conseguir emprego no sub-20 e ficar no come-dorme não ajuda na formação de ninguém. E acadêmico arrogante que acha que inventou a roda também não. Pep Guardiola tem um ex-jogador de polo aquático como auxiliar, e muitos ex-jogadores brasileiros dariam entrevistas em tom de deboche se algo parecido acontecesse por aqui. A reformulação na base do futebol alemão foi comandada por um ex-técnico de hóquei. Humildade para ouvir quem pode contribuir nunca fez e nunca fará mal a ninguém.


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