Um dos problemas da maioria dos clubes que disputam o Campeonato Brasil - pode tirar desse grupo no máximo Corinthians, Atlético-MG, Grêmio, Inter, São Paulo e Santos - é que eles tem muitos jogadores de razoáveis para bons, nenhum cracaço, mas que juntos não dão um bom time. E que, no entanto, se individual e isoladamente forem colocados num time bem armado, têm enorme possibilidade de funcionar bem. É o caso de Marlone no Corinthians.

Dificilmente ele poderá substituir Jádson à altura. Este, que vai para a China, tem muito mais talento com a bola nos pés para executar o famoso triângulo pelo lado direito. Mas com a engrenagem montada por Tite e sua comissão técnica, até um jogador apenas bom como Marlone pode crescer.

Sequer sei se ele será titular, ou se será o substituto de Jadson. Mas pode ser, mudando um pouco a característica do time. Perderá o Corinthians em talento, em precisão nas bolas paradas (escanteios, faltas pelo lado para alçar a bola, ou cobranças diretas), em raciocínio de jogo, fora o entrosamento de Jádson com Elias e Renato Augusto. Mas pode, com Marlone, virar um time ainda mais veloz, mais forte fisicamente, troca a batida de falta pela conclusão da bola aérea, e ganha em chutes de média e longa distância.

A engrenagem corintiana de hoje consegue funcionar mesmo trocando um parafuso importado, leve, de última geração, por um mais pesado, comprado numa loja de ferragens de confiança.