6/12/2015 13:58

Parreira fez campeão mundial com SP 'virar casaca' e jogar no Corinthians

Parreira fez campeão mundial com SP 'virar casaca' e jogar no Corinthians
Foto: Fernando Santos/Folha Imagem/Arquivo

André Luiz era promessa do São Paulo. Formado pela equipe do Morumbi, onde ficou de 1993 a 1996, período em que foi campeão mundial, o lateral esquerdo acabou deixando o clube rumo ao maior rival, o Corinthians. O motivo: Carlos Alberto Parreira, o treinador do Tricolor na época.

O jogador era apontado como talentoso na posição de lateral. Havia frequentado seleções de base, sido bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, mas não aceitou trocar de posição. "O Parreira queria que eu jogasse como meia. Eu me senti prejudicado na época. Foi quando o Corinthians teve o interesse em me contratar e eu acabei aceitando. Eu sabia que jogando pelo Corinthians, na lateral esquerda, eu ia ter a chance de continuar na seleção e foi o que aconteceu", relembrou André Luiz em entrevista ao UOL Esporte.

O ex-jogador contou sobre sua trajetória no futebol, relembrou a briga com Edmundo no clássico entre São Paulo e Palmeiras em 1994 e falou ainda de sua vida como treinador do sub-14 e sub-15 do San José Earthquakes, time no qual encerrou a carreira em agosto de 2011.

UOL: Foi muito rápido seu início no São Paulo?

André Luiz:
Foi muito cedo, eu me profissionalizei com 17 anos. Fui campeão mundial em Tóquio contra o Milan com 17 anos de idade, eu estava preparado sim, mas eu não sabia que aquela oportunidade ia chegar àquela hora. Eu já estava me destacando no júnior, eu fui convocado para a seleção pré- olímpica e foi quando o Telê viu que eu tinha condições mesmo sendo novo.

UOL: No São Paulo você era prata da casa e as pessoas gostavam do seu futebol. Por que foi para o rival Corinthians?

André Luiz:
No final de 1996 eu fui comprado pelo Corinthians, só que em 96 o Parreira foi o meu treinador no São Paulo. Eu estava na seleção brasileira. O Parreira queria me colocar de meia e colocar o Serginho de lateral esquerdo, eu disse para ele que para mim era importante me manter na lateral porque por causa da seleção brasileira. Mas o Parreira quis usar os dois e eu me senti prejudicado naquela época. Foi quando o Corinthians teve o interesse em me contratar e eu acabei aceitando. Eu sabia que jogando pelo Corinthians, na lateral esquerda, eu ia ter a chance de continuar na seleção e foi o que aconteceu.

UOL: Então a sua saída do São Paulo foi por causa do Parreira que queria mudar você de posição?

André Luiz:
Foi justamente isso e como houve a proposta do Corinthians o clube achou que era bom pra todo mundo e em Janeiro de 97 eu cheguei no Corinthians e depois de seis meses eu marquei o gol na final do Paulistão contra o São Paulo.

UOL: Hoje o André Luiz é dividido entre São Paulo e Corinthians?

André Luiz:
No São Paulo eu tive os títulos mais importantes que um jogador deseja ter, eu fui campeão da Libertadores, da Recopa, campeão da Super Copa, fui campeão mundial de clubes, mas eu consegui dois títulos no Corinthians, dois paulistas, e realmente no Corinthians é uma coisa diferente, não comparando um título ao outro, mas a forma como a torcida recebe isso, a forma como é o corintiano, como as coisas são difíceis isso marca também. Eu fui feliz nos dois clubes, tive uma excelente formação no São Paulo.

UOL: Em 97, o campeonato regional era muito forte e o Corinthians, no segundo jogo, precisava do empate. Você fez o gol do Corinthians, foi uma resposta para o São Paulo?

André Luiz:
Na verdade, quando eu soube do interesse do Corinthians no final de 96 e eu conversei com os diretores da época no São Paulo, conversei com o treinador e expliquei que o meu desejo era ficar no São Paulo, mas infelizmente por desacordo o Parreira insistiu em manter aquilo que ele queria. Jogando pelo Corinthians na decisão e fazendo o gol contra o São Paulo seis meses depois foi como uma resposta para alguns diretores que preferiram acatar a decisão do Parreira do que a minha, foi um desabafo pra uma ou outra pessoa do clube e não pela torcida ou pelo clube e nem pelos meus companheiros que até hoje somos amigos. Com certeza o São Paulo poderia me vender muito mais para a Europa do que para o Corinthians, tanto é que o Corinthians me pagou 4 milhões de dólares para o meu passe na época e me vendeu depois de seis meses por 8.

UOL: Hoje como treinador, você extrai de qual que trabalhou?

André Luiz:
Eu tive sorte de ter tido grandes treinadores, principalmente o Telê, que foi o princípio que era um treinador disciplinado. Ele era um cara que tinha muito o grupo nas mãos, disciplinava os jogadores, trabalhava fundamentos e depois eu tive a sorte de trabalhar com o Vanderlei Luxemburgo que pra mim é o mestre do futebol, aprendi muito. Tento seguir a linha Telê e juntar com a parte do Vanderlei.

UOL: O que aconteceu no clássico entre São Paulo e Palmeiras em 1994, a briga com Edmundo?

André Luiz:
Aquela foi uma confusão geral, mas a briga era entre o Edmundo e o Juninho, depois o Muller foi querer tirar satisfação, eu fui pra resolver, o Edmundo começou a discutir comigo quando o Edmundo foi para pegar o Muller e acabou me acertando e depois daquela briga generalizada eu acabei chutando o Edmundo, mas era o calor do jogo, não era porque eu não gostava do Edmundo, porque naquela época São Paulo e Palmeiras era a maior rivalidade que existia e depois de tudo isso nós conversamos, já estive com o Edmundo várias vezes e não ficou nenhuma mágoa não, depois jogamos juntos no Fluminense aquele dia foi o calor do jogo e mais nada.

UOL: São 10 anos de Europa e agora nos EUA, o futebol brasileiro está muito defasado?

André Luiz:
Se pegar os últimos 10 anos do futebol brasileiro, nem precisa comparar com a Europa porque fica difícil demais e comparar dos anos 90 e 2000, é muita diferença, você vê que os times só tinham grandes jogadores, hoje você só pega o Corinthians que tem futebol de primeira e o resto está sofrendo, então falta de organização, calendário é muito ruim, jogador vai embora para Europa com 15 anos de idade não sabe nem se jogou no profissional e nem se formou e você fica defasado, porque os clubes não tem dinheiro e qualquer oferta que chega eles vendem os jogadores.

UOL: Você é treinador do sub-14 e 15 do San José Earthquakes da Califórnia, pretende chegar a treinador principal e depois voltar e trabalhar no Brasil ou ficará nos EUA ou Europa?

André Luiz:
Na verdade eu não penso no futuro longo, a gente vive um dia após o outro. Eu nem tinha essa intenção no começo, quando ainda eu jogava profissional era uma coisa que eu falava para a minha esposa e para o meu filho, uma coisa eu não vou ser depois que eu parar de jogar futebol é ser treinador, porque é a mesma vida e você vai até morrer, não tem idade pra se retirar, jogador joga até 38 no máximo até 40 anos e depois não pode jogar mais, não tem como, mas estou aqui de treinador, gosto muito do que eu faço porque eu aprendi isso e toda a experiência que eu tenho no futebol não só de ter jogado nos melhores clubes do Brasil e ter todas as conquistas que eu tive e ter jogado na Europa eu acabo sendo aqui uma pessoa até diferenciada, ainda mais na região que eu estou (Califórnia). A maioria dos clubes querem me contratar pela experiência.


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