4/12/2015 21:02

Promotor pede que PM acusado de chacina na Pavilhão 9 seja solto

Promotor pede que PM acusado de chacina na Pavilhão 9 seja solto
Manifestação de familiares de mortos em chacina na Pavilhão 9; suspeito poder ser olto a qualquer momento

O promotor de Justiça Rogério Leão Zagallo pediu à Justiça que o policial militar Walter Pereira da Silva Junior, preso desde maio deste ano, seja solto de volta às ruas. De acordo com as conclusões da Polícia Civil, Silva Junior é um dos três homens que chacinaram oito pessoas na sede da torcida do Corinthians Pavilhão 9, no dia 18 de abril deste ano.

Walter e um ex-PM, Rodney Dias dos Santos, expulso da corporação por se envolver com tráfico de drogas e receptação de veículos roubados, estão presos preventivamente desde maio. No inquérito policial que serviu para a denúncia por homicídio na Justiça, Walter é descrito como uma pessoa muito violenta e que tem gosto por matar.

Na tarde desta quinta-feira, ocorreu uma audiência de instrução do processo criminal a que respondem Walter Silva Junior e Rodney Dias dos Santos. Eram para ser ouvidas três testemunhas chamadas pela acusação, mas apenas uma compareceu. Durante a audiência, o promotor Zagallo, que deveria trabalhar para que os réus fossem condenados, achou por bem pedir a soltura de um dos acusados, alegando "falta de provas".

A decisão pegou de surpresa a Defensoria Pública do Estado de São Paulo e a assistência da acusação, formada por um advogado contratado pelos familiares da vítima. Tanto os defensores como o advogado manifestaram-se contrariamente à soltura do suspeito. Agora, a Justiça deverá decidir até a próxima segunda-feira (7) se solta ou não o policial militar.

"A verdade é que este senhor (Walter Pereira da Silva) é um monstro, é uma temeridade soltá-lo nas ruas. A suspeita é que ele faça parte de um grupo de extermínio que já vitimizou dezenas de pessoas, em outras chacinas", afirma Saraiva Onesmo Saraiva dos Santos, advogado criminalista e assistente da acusação.

De fato, o policial Walter é suspeito em outra chacina, ocorrida em 2013, no município de Carapicuíba, na Grande São Paulo, quando quatro jovens foram mortos. O processo corre em segredo de Justiça.

Voltando ao caso da Pavilhão 9, dezenas de familiares das vítimas estiveram presentes no Fórum Criminal da Barra Funda nesta quinta-feira para acompanhar a audiência de instrução. Todos os que conversaram com o UOL Esporte relataram estar com muito medo que o policial Walter seja solto, pois ele poderia querer "calar a boca das pessoas".

"Hoje uma das testemunhas que tínhamos, não veio. Quem vai querer correr o risco de ser interpelado por um desses monstros?", indagou um dos familiares, que pediu para não ser identificado. "Mais curioso é que um promotor, que deveria ser um fiscal da lei, age como um prevaricador, pedindo para soltar quem ele deveria lutar para condenar", disse outro.

O promotor Zagallo tomou conhecimento nesta tarde que tinha duas representações contra ele em órgãos de controle do Ministério Público, interpostas pelos familiares das vítimas, para que ele deixasse o caso, pois já viria demonstrando pouca disposição em condenar os policiais. Foi depois que ele ficou sabendo que pediu a soltura de um dos presos.

Quem é o promotor Rogério Leão Zagallo

Para entender melhor a forma como Rogério Leão Zagallo vem trabalhando neste caso é preciso conhecer seu histórico profissional e de vida. Em junho de 2013, ele se viu parado na rua, dentro de seu automóvel, de frente para uma manifestação contra a corrupção e contra o aumento na tarifa de ônibus em São Paulo. Sua
reação foi postar no Facebook o que segue abaixo.

Promotor mandou, em 2013, policiais matarem manifestantes

Temendo a reação que seu recadinho aos PMS já começara a gerar, ele apagou a mensagem alguns minutos depois. Isso não impediu que ele fosse sumariamente demitido da Universidade Mackenzie, onde era professor, nem que fosse punido com censura pelo Colégio de Procuradores de Justiça do MP-SP. Considerando que a punição estava em desacordo com a gravidade dos fatos, a Corregedoria do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) reabriu o caso para aplicar punição mais severa, determinando sua suspensão por 15 dias.

Dois anos antes, em 2011, Zagallo trabalhava em um caso de um policial civil que matara uma pessoa em circunstâncias que levavam a crer que não havia motivos para o homicídio, de acordo com as investigações da própria Polícia Civil. Já para Zagallo, o policial era inocente. Sendo assim, o promotor pediu o arquivamento do caso, e assim justificou seu pedido, em documento enviado à Justiça: "Bandido que dá tiro para matar tem que tomar tiro para morrer. Lamento que tenha sido apenas um dos rapinantes enviados para o inferno. Fica aqui o conselho ao Marcos Antônio (Martins, policial civil acusado no episódio): melhore sua mira". "Com um promotor desses, os policiais nem precisam de advogado de defesa", disse um familiar de uma das oito vítimas chacinadas.


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