29/11/2015 12:09
O Corinthians na Ilha do Maruim
A notícia é breve. O maruim é um mosquito do mangue. Mosquito sedento por sangue humano. A Ilha do Maruim era uma comunidade pesqueira. Uma ilha situada entre Recife e Olinda.
O futebol chegou a Pernambuco no início do século XX.
Em 1916, dezenas de equipes se multiplicavam pelos terrenos baldios.
Havia o Eclair, o Torre, o Peres, o River Plate, o Leão do Norte.
Todos destinados ao rodapé da história.
Como já havia o Sport e Náutico.
Como havia os recém-nascidos América e Santa Cruz.
Doidos pra ganhar do primeiro campeão estadual: o Flamengo.
O futebol se vestia de fraque.
Mesmo o popular Santa Cruz era formado por meninos de bem.
Meninos dos educandários religiosos da capital.
Pois bem.
Neste cenário de Manoel Borba e Dantas Barreto, usineiros e mocambos
Cenário do Partido Republicano Democrático.
Na pobre e famélica Ilha do Maruim, entre mosquitos e miséria.
Um grupo de rapazes da Marin dos Caetés bate bola.
O nome do time vem daquele time de ingleses que jogou no Brasil em 1910.
O nome do time vem daquele time paulista fundado também naquele 1910.
Na lama.
Na beira do mar selvagem que vislumbra a Olinda centenária no alto.
Entre os mosquitos que sugam sangue para sobreviver.
Os jornais anunciam o Corinthians Olindense.
Primeiro e segundo teams em match.
Seis e meia da manhã.
Em pleno Campo do Maroim.
Hoje?
Já não existe o tal Corinthians olindense.
Olinda prefere o carnaval ao futebol – sempre.
Hoje?
Resta apenas o cenário desolador, pobre e africano da Ilha do Maruim.
Os mosquitos sobreviveram e se multiplicaram.
Assim como a miséria.
O futebol?
Morreu no berço.
O Campo do Maroim ficou apenas naquelas cinco linhas de jornal…
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2907 visitas - Fonte: Blog do Juca Kfouri
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