Edízio Borges 2 - Corinthians (Foto: Sergio Gandolphi / Esporte Espetacular)
João Marcos, Edízio e Ricardo são três corintianos que podem falar com orgulho que ajudaram o time na conquista do Hexa. Fanáticos, eles transformaram em estilo de vida o mantra que ecoa nas arquibancadas em todos os jogos: Corinthians, minha vida; Corinthians, minha história; Corinthians, meu amor.
Em setembro deste ano, um torcedor apaixonado foi em uma cama de hospital para a Arena Corinthians assistir a partida contra o Joinville. Em 2009, João foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica, a ELA, caracterizada pela lesão degenerativa dos neurônios motores. Há cinco anos ele não pode mais levantar da cama. Mesmo sem falar ou mexer braços e pernas, João consegue se comunicar através do movimento dos ohos ou usando o dedão do pé direito para teclar letra por letra em um programa de computador. Assim, o torcedor apaixonado pelo Corinthians pode escrever uma carta para o Esporte Espetacular para compartilhar a emoção de ter ido ao estádio.
- A experiência vivida na Arena Corinthians me fez sentir membro do bando de loucos. Foi um remédio extremamente eficaz para o meu bem-estar corporal e espiritual, escreveu João em um trecho da carta.
Para o João, seguir o time neste dia foi um sonho. Para Edízio Borges de Almeida, é uma profissão. O roupeiro mais antigo do clube assistiu de camarote os seis títulos brasileiros do clube. Na década de 80, entrou como alteta, depois virou segurança e, por fim, em 1995, migrou para o vestiário, onde viu de pertinho experiências inesquecíveis. Apesar do privilégio, Edízio ficou muito tempo afastado da família para acompanhar a equipe.
- Arrumo camisa por camisa, ponho no cabide a sacolinha do jogo deles e, a camisa de jogo, eu penduro no cabide, no armário. No começo, a esposa estranhava. Você vivia mais fora de casa do que em casa. O filho cresceu e você não acompanhou o crescimento deles, né - lamenta.
Apesar da dificuldade de manter Edízio em casa, o Corinthians foi responsável pela união de uma outra família. Ricardo Corrégio foi engenheiro na construção da Arena e conheceu Vanessa no canteiro de obras. Depois de um ano de relacionamento, ela engravidou e os dois aguardam a chegada de Gabriel. Ricardo está ansioso para levar o filho para conhecer o estádio que ajudoua erguer e, segundo ele, dá muita sorte ao time desde 2011.
- Acho que deu sorte, porque a partir do momento que nós começamos a construir, nós fomos pentacampeões brasileiros, campeões mundiais, campeão da Recopa, da Libertadores e, agora, hexacampeão brasileiro, aqui dentro da arena, no primeiro ano de operação.
Ricardo Corregio 2 - Corinthians (Foto: Sergio Gandolphi / Esporte Espetacular)