Campeões brasileiros em 2015, o volante BRUNO HENRIQUE (Apucarana-PR, 26 anos, ex-Iraty e Londrina) e o meia JADSON (Londrina-PR, 32 anos, ex-Atlético e PSTC) aumentam a lista de jogadores que conquistaram a torcida paranaense antes de entrarem para a história do Corinthians.
Relaciono aqui mais nove atletas que atravessaram a mesma estrada. Alguns vieram de outros estados para o Paraná:
ADO
(Jaraguá do Sul-SC, 69 anos): mudou-se com a família para Londrina aos cinco anos. Juvenil do Londrina, foi chamado às pressas, com apenas 16 anos, para substituir o goleiro principal em uma partida contra o União Bandeirante. Agarrou a posição.
Ado chamou a atenção nos anos 60 por saber jogar com os pés (artigo raro até hoje entre goleiros). Um Neuer! Durante as viagens, pegava pesado: ele e os colegas empurravam o ônibus quando a chuva abençoava as estradas de terra do Norte do estado..
Em 1969, foi para o Corinthians e para a Seleção Brasileira. Goleiro reserva (de Felix, do Fluminense) na Copa de 1970, a do tri.
Foto: acervo do blog Corintianos 10.
ALESSANDRO
(Assis Chateubriand-PR, 36 anos): ao deixar o futsal do Comercial de Cascavel, tornou-se lateral-direito de grandes clubes (Flamengo, Palmeiras, Dínamo de Kiev, Cruzeiro, Grêmio, Santos e Corinthians). Conquistou rigorosamente tudo no Timão: Paulista (2009 e 2013), Série A (2011), Série B (2008), Copa do Brasil (2009), Libertadores (2012) e Mundial (2012).
Foi o capitão alvinegro na Libertadores e no Mundial. Quer mais? É campeão brasileiro em 2015, como coordenador-técnico corintiano.
História contada por Alessandro ao repórter Alexandre Lozetti, do GloboEsporte.com (http://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/23-samurais/alessandro.html):
o jogador só deixou o futsal de Cascavel porque acreditou na conversa de um falso olheiro do Flamengo. Chegou ao Rio de Janeiro, soube que caíra na farsa, contou o drama e insistiu para fazer um teste. Aprovado!
Segundo Alessandro, o mentiroso agiu à serviço de um adversário do time de Cascavel que pretendia tirá-lo de um jogo decisivo.
Foto: agência EFE/GloboEsporte.com.
CLÁUDIO MARQUES
(Santos-SP, 65 anos): zagueiro e lateral-esquerdo recordista de títulos paranaenses, com oito taças, todas pelo Coritiba (1969, 1971/72/73/74/75, 1978/79).
Entre um e outro troféu pelo Coxa, Cláudio aceitou uma proposta do Corinthians, que sofria duas décadas de seca.
O jejum acabou no Paulista de 1977. O Corinthians, enfim, foi campeão. Cláudio, mais uma vez, foi campeão.
Na inesquecível noite de 13 de outubro de 1977, tocou o telefone na casa de Cláudio Marques. A patroa atendeu:
- O Cláudio? Saiu para ganhar mais um título, mas já volta.
JAIRO
(Joinville-SC, 69 anos): o jogador que mais vestiu a camisa do Coritiba (440 partidas) detém também o recorde de goleiro com maior tempo de invencibilidade na história do Corinthians e do Campeonato Brasileiro: 1.132 minutos, mais de 12 jogos sem levar gol.
Campeão paulista em 1977 (o fim do jejum) e 1979.
JACKSON
(Paranaguá-PR, 91 anos): atacante campeão paranaense pelo lendário Atlético de 1949, o esquadrão de quatro gols por jogo que originou o apelido Furacão, Jackson foi bicampeão paulista em 1951/52.
Só não ficou em São Paulo porque pretendia se estabelecer como advogado em Curitiba. A situação desesperou outro advogado, um dirigente que ofereceu emprego para Jackson com uma condição:“Nem precisa aparecer no escritório. Só quero que não saía do Corinthians!”.
Foto: site Todo Poderoso Timão (Jackson é o 4º a partir da esquerda).
LIEDSON
(Cairu-BA, 37 anos): saltou do Poções-BA para o Prudentópolis, onde se destacou no Campeonato Paranaense de 2001. Chegou à vitrine com o Coritiba e teve duas passagens pelo Corinthians, antes e depois de atuar pelo Sporting de Lisboa.
Naturalizado português, Liedson disputou a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. No ano seguinte, foi campeão brasileiro pelo Corinthians.
Até que valeu trocar, aos 21 anos, o emprego de empacotador em um supermercado para assinar contrato com o Poções, que o descobriu um torneio amador.
Foto: Agência Estado/GloboEsporte.com.
SICUPIRA
(Curitiba-PR, 71 anos): não paga almoço até hoje em São Paulo por conta de um golaço contra o Ceará, aos 45min do 2º tempo, diante de 69 mil torcedores no Pacaembu. O gol classificou o alvinegro paulista para a semifinal do Brasileiro de 1972 (4º lugar), mas o craque não guardou a camisa porque um guarda exigiu a relíquia: “Se não me der a camisa, vai preso!”.
RICARDINHO
(São Paulo-SP, 39 anos): o meia tricampeão estadual com o Paraná Clube (1994/95/96) chegou ao Corinthians em 1998, após um ano no Bordeaux, da França. Só não ganhou a Libertadores. Foi campeão paulista (1999 e 2001), brasileiro (1998 e 1999), da Copa do Brasil (2002) e mundial (2000) pelo alvinegro.
Ricardinho jogava pelo Timão quando ajudou o Brasil a vencer a Copa do Mundo de 2002, na Ásia.
No Sportv, o gol do meia na dramática vitória sobre o Santos, por 2 a 1, aos 48min do 2º tempo, pelo Paulista de 2001:
TELECO
(Curitiba-PR, 1913-2000): é o único jogador com mais de um gol por partida pelo Corinthians. O cartel inclui 251 gols, 246 partidas e quatro faixas de campeão paulista (1937/38/39 e 1941).
Atuou de braço machucado na decisão de 37 porque o reserva não pode jogar (segunda a lenda, o sujeito tremeu...). Com o braço apoiado em talos de bambu por baixo da manga comprida, Teleco assinou de cabeça o único gol do clássico contra o Palestra Itália que rendeu o título.
Uriel Fernandes, o Teleco, iniciou a carreira no Britânia, hoje Paraná Clube.