Finalmente acabou a novela e o Corinthians entrou para os registros oficiais como campeão brasileiro de 2015. Porque para os registros do sentimento de quem milita no futebol, o time já era campeão há umas quatro rodadas. Agora pode ter taça, pode ter volta olímpica, o que o bando de loucos quiser. Simplesmente não há o que contestar. O Corinthians tem o melhor técnico do país, tem o sistema de jogo mais bem ensaiado e mais próximo do que se pode chamar de moderno, e tem um meio-campo de dar inveja a times europeus. Podia citar os nomes de Ralf, Elias, Renato Augusto e Jádson, que são ótimos, mas vale também para os reservas, que entram numa engrenagem tão bem montada que ninguém percebe a troca. Fora o que poucos lembram, profissionais e equipamentos do mais alto nível nas áreas de fisiologia, preparação física, análise de dados... o que dá no que deu!


No ótimo VT exibido pelo Sportv News, após a confirmação do título, chama a atenção as declarações de Renato Augusto e Vagner Love sobre Tite. O trabalho psicológico com o time, a armação tática, a capacidade de buscar novos caminhos, a intuição e a ousadia, falar sobre qualquer desses temas é só chover no molhado - uma pena que a Seleção Brasileira não tenha alguém desse quilate no comando. Uma questão que é decisiva, que poucos falam, mas que fica clara nas entrevistas é que o time acredita em Tite, confia que o que ele pede será bom e levará o time a vitórias e, com isso, todos correm para ele, todos obedecem cegamente a suas determinações.

Nunca foi fácil, mas nos tempos de hoje é ainda mais difícil - com os fones de ouvido, com o isolamento nos quartos de concentração com internet por todo o lado, com a pressa das estrelas em sumir do clube assim que o treino formal acaba - fazer o jogador, primeiro, ouvir, depois, dar-se ao trabalho de processar, depois, concordar e, se por um milagre o técnico chega até aqui, cumprir à risca o que foi dito e treinado.

Tite consegue isso e essa é a chave de seu sucesso no Corinthians. Se soubesse tudo o que sabe de futebol, mas não tivesse a parceira e o comprometimento dos jogadores, o Corinthians seria um time igual aos outros.