A pintura de um muro nos arredores de São Januário já adverte os visitantes: “Território hostil desde 1927”. De fato, mesmo que não tenham sido registrados incidentes de violência a duas horas de a partida da noite desta quarta-feira começar, o ambiente não é nada amistoso aos torcedores do Corinthians.

Há até rivais paulistas entre os vascaínos. Em alguns dos bares próximos à entrada principal de São Januário, torcedores do Palmeiras se confraternizam com os do Vasco com cervejas em punho e tatuagens de organizadas à mostra. Eles até sorriem e fazem sinal de positivo para posar juntos para fotografias.

Não muito distante dali, vascaínos penduraram galinhas infláveis em fios de eletricidade da região. Trata-se de uma provocação à principal uniformizada do Corinthians, brincadeira com a qual os palmeirenses já estão mais familiarizados.

Se a torcida do Vasco possui histórico de bom relacionamento com a do Palmeiras, a situação não se repete com os corintianos. Os episódios recentes de violência serviram de alerta para o jogo deste meio de semana, que poderá garantir o título do Campeonato Brasileiro ao clube paulista e colaborar sensivelmente com o rebaixamento do carioca.

Em função dos problemas de hostilidade, o técnico Tite chegou a dizer que não levaria um parente seu a São Januário. Carioca e com a experiência de ter morado durante dois anos nas proximidades do estádio do Vasco, o centroavante Vagner Love também afirmou que manteria os seus familiares longe dali.

Com policiamento reforçado, no entanto, a maioria dos torcedores do Corinthians não teve problemas com a hostilidade de São Januário no trajeto até o local da partida. Eles nem sequer viram os palmeirenses infiltrados entre os vascaínos.