Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

O Corinthians não jogou bem e ganhou nos últimos minutos. Normal. Time grande é assim. Campeão é assim, vence jogando mal. Cumpre sua missão.

O título, uma certeza desde o último domingo – até antes – pode ser oficial no domingo. Um titulo sem volta olímpica. Sem festa no estádio, o que não impede de confraternização em casa ou na Paulista.

E tome críticas aos pontos corridos? Ora, não é mais fácil criticar a dona do campeonato, Rede Globo. Bastava fazer todos os jogos no mesmo horário.

Mas, mesmo assim, uma verdade não pode ser questionada: o mata-mata é muito mais emocionante que pontos corridos. Muito mais. Mesmo quando os, como eu, que preferem pontos corridos apontam alguma situação específica – como o Galo x Corinthians da semana passada – para dizer o contrário, é um erro. Aquela situação foi emocionante? Sim. Por ser uma situação de mata-mata.

Definimos então que o mata-mata é mais emocionante? Para mim, é claro.

Mesmo assim, para o Brasileiro, prefiro pontos corridos. E não me venham chamar de colonizado porque no Brasil já era assim, nos anos 50, 60, 70…

Imaginem a situação.

Se o campeonato fosse por mata-mata, a definição dos oito classificados seria aproximadamente em 15 de novembro. Doze times tirariam férias. E oito continuariam jogando. No final de um mês, quando dois times estivessem disputando o título, os outros 12 estariam voltando de férias.

Como se planejar assim? Quando o Paulista começasse, alguns times estariam já com pre temporada feita e o campeão do Brasileiro voltando de férias.

Os pontos corridos são um avanço. Na minha opinião, porque não faço disso uma bandeira de vida. Na verdade, os problemas do futebol brasileiro são muito maiores do que essa dicotomia entre emoção x justiça.

Prefiro assim. Todos começam a trabalhar juntos. Todos terminam juntos. Há possibilidade de planejamento e espaço para se lutar por um calendário mais justo. Os times poderiam se unir e negociar com a CBF e com as Organizações Globo, que mandam e desmandam, para conseguir um tempo para excursão, um tempo maior para os regionais – com menor presença dos grandes – de forma com que jogadores possam trabalhar por mais tempo….

Muito difícil ter esse tipo de atitude quando os clubes voltam ao batente em períodos diferentes.

E viva o Corinthians, que seria campeão com qualquer fórmula.