Um Corinthians naturalmente ansioso em sua casa lotada e um Coritiba naturalmente retrancado.
Este o retrato do primeiro tempo em Itaquera.
Que terminou 1 a 0 graças a um pênalti convertido por Jadson, aos 15, depois que o coxa Carlinhos puxou a camisa de Edílson na entrada da área e caiu sobre as pernas do lateral corintiano lá dentro.
Antes, num lançamento primoroso de Renato Augusto, Jadson dividira com o goleiro Wilson e no bate-rebate a bola bateu na trave paranaense.
Depois, por preciosismo, Elias perdeu o segundo gol e uma bola que bateu no braço de Edílson deu margem que se reclamasse de um pênalti contra o Corinthians, daqueles que alguns árbitros apitam e outros não.
O de hoje acertou.
Esperava-se um Corinthians mais tranquilo no segundo tempo, porque o time não era nem sombra daquela equipe fria que cortou a crista do Galo em BH, a ponto de até Gil errar simples recuos de bola para Cássio.
Renato Augusto e Jadson erravam passes como nunca e o virtual campeão brasileiro jogava mal.
A vontade de botar as faixas no peito não podia continuar a atrapalhar o desempenho de um time tão superior.
Mas com menos de dois minutos de segundo tempo, Carlinhos cruzou da esquerda para direita e Negueba se aproveitou das bobeadas de Guilherme Arana e de Cássio e empatou.
Aos 6, o mesmo Negueba acertou a trave em golpe de vista de Cássio, numa bola cruzada que assustou a Arena Corinthians, que começou a tentar acordar o time.
O Coritiba era melhor em campo.
Aos 9, enfim, de pé em pé, quase Malcon desempata.
Aos 11, de letra, Elias viu Rafael Marques salvar na linha fatal.
A Fiel, desta vez, botava mais o time para jogar do que o time botava a Fiel para gritar.
O jogo mudou e o Coritiba recuou.
Aos 19 minutos, 44 mil torcedores viram Lucca entrar no lugar de Malcon.
Aos 25, em contra-ataque, por pouco o Coxa não virou.
Negueba, acredite, pintava e bordava pelo lado direito e Tite resolveu chamar Danilo para o jogo, apostando em sua frieza, no lugar de Vágner Love, aos 28.
Aos 37, o último cartucho de Tite: Rodriguinho no lugar de Renato Augusto.
Sem um pouco de sofrimento não seria Corinthians.
E a estrela de Tite funcionou aos 43, quando Danilo desviou de cabeça e Lucca se antecipou para fazer 2 a 1.
Na pior partida do hexacampeão no segundo turno, a vitória veio no coração.