Na última reportagem da série "O jogo do atraso", na qual o SporTV News mostrou diferentes casos em que a falta de pagamento aos jogadores por parte dos clubes acabou estragando o sonho de muitos profissionais, a visão dos diferentes sobre o problema que se estende pelas cinco regiões do Brasil. Para o presidente da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf), se hoje o país ainda engatinha na questão do cumprimento de leis trabalhistas e de responsabilidade fiscal, deve-se muito pela grande "perda de tempo" quando a CBF era comandada por Ricardo Teixeira).
- Na época do Ricardo Teixeira, perdemos muito tempo. Foi um retrocesso horroroso. Isso ninguém fala. Foram 19 anos que a gente não conseguia discutir, era tudo via judicial. E era uma época em que se ganhava títulos, então seria tudo mais fácil reorganizar dentro daquele ambiente. Acho que a gente tem a obrigatoriedade de tratar o nosso futebol com mais carinho, já que é o nosso grande embaixador - afirmou Rinaldo Martorelli.
Martorelli fala de retorcesso de administração de Ricardo Teixeira (Foto: Reprodução)
Atualmente, no Estatuto do Torcedor, os clubes devem comprovar o pagamento dos vencimentos acertados em contrato de trabalho. Além disso, outras medidas tomadas esse ano, como o Fair Play Trabalhista do regulamento da CBF e a aprovação do Profut no Congresso Nacional, buscam aprimorar e incentivar a melhoria das gestões de futebol, bem como a punição aos clubes que não pagam em dia.
- É a busca efetiva dos direitos trabalhistas plenos, que é uma questão ainda bastante vaga no futebol brasileiro. Não apenas a questão do Fair Play, mas também a questão da previdência, que temos estudado muito. Nós temos que cuidar melhor desse produto e não dá para cuidar, se não tiver gestão qualificada, profissionalizada e transparente, que possa justificar essa mudança do nosso modelo - comentou Walter Feldman, secretário-geral da CBF.
Recentemente, o atacante Keirrison, do Coritiba, reclamou publicamente do atraso de salários no clube e acabou sendo afastado pela diretoria do alviverde paranaense. Também no Coxa, o jogador Rosinei mostrou sua indignação via redes sociais e acabou emprestado ao Paraná, que disputa a Série B.