5/11/2015 09:53

Análise: Vagner Love foi de grosso a gênio, mas não é uma coisa nem outra

Considerado ponto fraco do Corinthians no primeiro turno, atacante se transformou em vice-artilheiro do Brasileiro e, para muitos, é melhor até que o "ex" Guerrero

Análise: Vagner Love foi de grosso a gênio, mas não é uma coisa nem outra
Vagner Love comemora gol da vitória do Corinthians sobre o Flamengo: são 12 no campeonato

Há três meses, Vagner Love não servia para completar o time dos casados no futebol da festa de fim de ano da empresa. Agora, disputa com Luis Suárez e Lewandowski o posto de melhor centroavante do mundo, do planeta, da galáxia. A análise passional flerta permanentemente com o exagero. Para o bem ou para o mal. O atacante do Corinthians, importante no título brasileiro que virá a qualquer momento, se transformou de perna de pau em craque.

Não é uma coisa nem outra.

Love se revelou bom jogador desde os primeiros passos no Palmeiras. A carreira, talvez, não tenha atingido os patamares que seu potencial indicava. Uma escolha ruim aqui, outra ali, mas com passagens por seleção brasileira e Flamengo. Dentre os centroavantes revelados no país neste século, ele não é o mais talentoso, mas integra um seleto grupo acima da média.

Dito isso, era de se esperar, mesmo naqueles momentos em que Love pisava na bola enquanto o resto do Timão atuava em ritmo muito superior, que, num belo dia, ele conseguisse, pelo menos, estar no nível dos demais. Repare no verbo: esperar.

A sorte do atacante é que ele estava no Corinthians, um clube que aprendeu a esperar sem estardalhaços ou chiliques internos. Sem querer mudar tudo a cada fracasso e, principalmente, disposto a encontrar uma identidade. Tanto que, nos últimos oito anos, teve praticamente apenas dois técnicos, Tite e Mano Menezes, com exceção a dois meses e meio de Adilson Batista.

O Timão soube esperar e a explicação é simples. Tite se incomodava com as engrossadas de seu centroavante, mas jamais com sua seriedade, seu profissionalismo, essas palavrinhas que, vira e mexe, ouvimos do treinador (confira abaixo um dos elogios ao atacante). Pessoas próximas a ele dizem que chegavam a sentir pena a cada má atuação, tamanho era o esforço de Vagner Love em se aproximar do nível da equipe.


Se o atacante, um dos vice-artilheiros do Brasileirão com 12 gols, estivesse acomodado em sua ressaca da passagem pela China, certamente não estaria hoje entre os titulares, condição acelerada pela lesão de Luciano, que havia tomado dele a posição. E também não teria o apreço dos companheiros, demonstrado em cada comemoração de seus gols.

Se antes Love sobreviveu graças à dedicação, agora ele transforma essa característica num diferencial. No programa "Seleção SporTV" de quarta-feira, Renato Augusto, melhor jogador do Brasileirão na opinião deste jornalista, disse que jamais viu um atacante marcar tanto quanto Vagner Love. Destacou a forma como ele acompanha o adversário, cobre o volante... Por isso, não é difícil vermos os 10 jogadores de linha do Corinthians na mesma imagem de televisão.

Love, que nunca foi aquele grosso imprestável, entendeu as movimentações, as triangulações e a obrigação de fazer parte de um sistema coletivo. Ampliou seu repertório de gols. Na má fase, quase todos eram de primeira, com um toque só, fruto de uma articulação inteira da equipe.

Agora, é capaz de ganhar na corrida do zagueiro, como fez contra Edcarlos no gol do último domingo (veja abaixo) que rendeu cumprimentos de Tite aos preparadores físicos do clube.

Mas nada disso transformou Vagner Love no melhor centroavante do mundo. Ele nem sequer passou a ser melhor do que Paolo Guerrero, o "ex" por quem ainda se nutre uma mágoa compreensível entre os corintianos.

Algumas posições se beneficiam mais do que outras de uma equipe de futebol bem treinada e coletivamente forte. O centroavante é um exemplo. Se Vagner Love tem 12 gols no campeonato e também chama atenção pelos tantos que perdeu, é resultado de uma matemática óbvia: o Corinthians cria dezenas de oportunidades para seu principal finalizador. Ofensivamente, essa equipe é mais produtiva até do que aquela campeã da Libertadores e do mundo em 2012,

histórica por suas conquistas e também por um pragmatismo baseado na eficiência defensiva.

É muito provável que Guerrero, artilheiro das últimas duas Copas Américas pela seleção do Peru, fizesse mais gols do que Love nessa equipe tão entrosada.

Mas Guerrero está no Flamengo, mais uma entre as tantas equipes que se montam e desmontam como brinquedos de criança, ininterruptamente, durante o ano. Ao Corinthians, "sobrou" Love. Um ótimo centroavante, nem grosso e nem gênio, mas campeão brasileiro de 2015.



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