4/11/2015 15:11

Como Love saiu de 'tremenda furada' a artilheiro corintiano no Brasileiro

Como Love saiu de 'tremenda furada' a artilheiro corintiano no Brasileiro
Em um dia, apontado como uma " contratação furada" e vaiado ao deixar o gramado. No outro, aplaudido e sendo questionado até se sonha com a seleção brasileira. Vagner Love é um dos grandes exemplos de redenção no Corinthians que caminha a passos largos para ser campeão Brasileiro.

O atacante demorou a emplacar, chegou a ser afastado por Tite e precisou driblas pressões como a de ser revelação das categorias de base do arquirrival, o Palmeiras, e de substituir um ídolo da torcida, o peruano Paolo Guerrero.

Hoje com 12 gols e o posto de artilheiro do Corinthians no Brasileirão, o atacante ri à toa e já planeja a volta olímpica em Itaquera se vencer o Coritiba no sábado. Durante esta semana, diversos programas de televisão debatiam se Love foi a melhor contratação do ano entre os corintianos e até se ele merecia sonhar com a seleção.

A redenção de Vagner Love em nove passos:

- Uma sombra peruana e outra palmeirense
Vagner Love foi anunciado pelo Corinthians no dia 06 de fevereiro e já começou sob pressão. Primeiro, porque chegou com a missão de substituir Paolo Guerrero, ídolo do clube e autor do gol na final do Mundial contra o Chelsea. Segundo, porque foi revelado pelas categorias de base do arquirrival Palmeiras, o que sempre impõe um peso extra nos reforços alvinegros. O fato do time gastar um alto valor de salário com o camisa 99, no mesmo momento em que a torcida via um ídolo do clube ir embora, também pesava contra. Além disso, o próprio atacante admitia que precisaria superar uma difícil herança de temporadas no futebol chinês, onde o ritmo de treino e a qualidade técnica das atividades são menores.
- 13 é o número do azar?

Como se não bastasse as dificuldades naturais de readaptação ao futebol brasileiro, Vagner Love não teve um início animador. Foram 13 jogos (entre titular e reserva) para conseguir marcar o primeiro gol, contra o Bragantino, pelo Paulistão, no dia 29 de março. Durante todo o período, ele conseguiu atuar apenas por duas vezes como titular nos 90 minutos. Sua forma física começava a ser questionada e o peso de substituir Guerrero era nítido em todas as vezes que o torcedor precisava falar seu nome.

- Alguém precisa receber a culpa
Como gosta de falar Tite, o coletivo ressalta a individualidade. E, entre a segunda quinzena de abril e a primeira de maio, o Corinthians, como um todo, não viveu um bom momento. Foram duas eliminações: uma para o Palmeiras, na semifinal do Paulista, dentro de casa, e outra para o Guarani, até então desconhecido, na Libertadores. A torcida passou a procurar culpados da má fase. Love foi um dos mais xingados e vaiados.

Adriano Vizoni / Folhapress

- Afastado do grupo
O mau momento dentro de campo forçou Tite a tomar algumas decisões para tentar recolocar o Corinthians na rota certa. Uma das atitudes foi afastar Vagner Love. No dia 22 de maio, o comandante anunciou que ele treinaria separado do grupo para recuperar a melhor forma física. Ser relacionado era o novo objetivo do jogador.

- Hoje sim, hoje sim, hoje sim...
Depois de ficar afastado entre os dias 22 de maio e 2 de junho, Love voltou a ver seu nome nas convocações para o jogo. O atacante entrou com a bola rolando contra Grêmio e Joinville, não conseguiu desencantar, mas já animou a comissão técnica com a movimentação em campo. Veio, então, a primeira fase artilheira de Love. Nas rodadas 7, 9 e 10 do Brasileirão, foram três gols decisivos em vitórias apertadas do Corinthians: 2 a 1 contra o Internacional, 2 a 1 contra o Figueirense, e 2 a 0 contra a Ponte Preta. A esperança de "amor no ar" era crescente.

- ... hoje não! Hoje não?
Depois dos três gols em quatro jogos, Love conseguiu mais uma grande sequência como titular no Corinthians. A expectativa, no entanto, foi completamente diferente da realidade. Foram seis jogos consecutivos como titular, mas sem gol em nenhum deles. Em apenas uma ocasião, no 3 a 0 contra o Flamengo, ele atuou pelos 90 minutos. Depois disso, foram mais três gols no banco do início ao fim, sem nenhuma chance. Love estava esquecido mais uma vez.

- Azar de um, sorte de outro

Luciano vivia seu momento de auge após o retorno dos Jogos Pan-Americanos. Contra o Avaí, ele fez dois golaços na vitória de sua equipe fora de casa, por 2 a 1. Na rodada anterior, já tinha ido bem e fez dois na difícil vitória por 4 a 3 contra o Sport. Durante a semana, ele foi a manchete dos jornais, iniciou as conversas pela renovação de contrato e, quando caminhava para sua melhor sequência da carreira, teve a grave lesão no joelho no confronto de ida das oitavas da Copa do Brasil, contra o Santos. Resultado: seis meses longe dos gramados. "Sobrou" para Vagner Love voltar a ser titular.

Na 20ª rodada do Brasileirão, Vagner Love, então, voltou a ser titular. Era uma reestreia para o atacante. E foi boa em todos os sentidos. O atacante jogou por 86 minutos, fez dois gols e deixou o gramado completamente aplaudido. Foi o seu melhor jogo desde a sua chegada.

"A gente fica emocionado. A mesma torcida que vaia é a que aplaude e eu sabia que uma hora isso ia chegar. Entrei muito concentrado e sei da minha qualidade, do meu futebol. Não desaprendi a jogar bola", disse ele na época.

- Gol? Para que gol?
Love, então, passou a ter mais confiança e começou a ter paciência da torcida. Foram mais 11 jogos com apenas três gols marcados (Chapecoense, Palmeiras e Joinville), mas com a justificativa que ele fazia um papel tático importante. Mesmo não tocando na bola e não finalizando tanto, o atacante passou a ser elogiado por buscar a bola, por ocupar os zagueiros adversários e parou de ver seu nome sempre relacionado a notícia ruim. Não à toa, jogou os 90 minutos de sete dos 11 jogos dessa sequência.

"No começo, quando eu errava, a torcida vaiava. Hoje os gols tão saindo, eu recebo o carinho do torcedor. Temos de estar concentrados para fazer o melhor. Torcedor quer a gente o tempo todo no ataque, mas tem hora que temos de tocar a bola e segurar. Torcedor age com coração. O nosso está de parabéns pelo o que vem fazendo na Arena. Temos de retribuir", afirmou Vagner Love.


Com seu papel tático já definido, Love passou a cumprir o que era esperado dele: gols. Foram quatro gols em três jogos: dois contra o Atlético-PR em plena Arena da Baixada, o gol da vitória contra o Flamengo (e vaias para Guerrero), e outro belo tento no importante triunfo por 3 a 0 contra o Atlético-MG. A média fez Love responder perguntas que ninguém imaginava no início do ano. Você foi a melhor contratação do ano do Corinthians? Você acha que já merece uma vaga na seleção?

"Fico feliz de estar vivendo esse momento, estar na fase boa do Corinthians e na minha fase boa depois de tudo o que aconteceu. Em momento nenhum abaixei a cabeça, segui trabalhando porque sabia que as coisas iam mudar para melhor. A reta final está sendo boa", completou o atacante em sua última coletiva de imprensa.





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