3/11/2015 08:48

Campeão mundial pelo Corinthians já brigou com Valdivia e não quer mais saber de futebol

Anderson fez mais de 200 partidas com a camisa do Corinthians

Campeão mundial pelo Corinthians já brigou com Valdivia e não quer mais saber de futebol
Anderson Cléber Beraldo foi um zagueiro que realizou quase todos os sonhos de um jogador de futebol: venceu Mundial de Clubes da Fifa, Campeonato Brasileiro, jogou em grandes equipes da Europa e atuou na seleção brasileira. Mas o tempo nos gramados cobrou um alto preço: o esgotamento físico e mental.

Aos 35 anos e aposentado desde 2013, ele hoje passa longe do ambiente em que ganhou boa parte da vida. "Eu já estava saturado do futebol, foram 20 anos nesta pegada, sem final de semana, longe da família. Eu tive lesões que me atrapalharam muito, o corpo já estava pedindo e jogar alto nível é difícil. Foi uma decisão correta. Não me arrependo, estou muito feliz e sou um cara realizado", garantiu o ex-defensor, em entrevista ao ESPN.com.br.

O jogador revelado no fim da década de 90 pendurou as chuteiras, mas não abandonou de vez o esporte. "Comecei a jogar tênis, que e uma paixão que eu sempre tive e por causa do futebol não podia levar para frente. Comecei a treinar direto para me aprimorar", afirmou o paulista, que agora participa de competições amadoras pelo clube de Parque são Jorge. "Ainda faço academia para manter a forma, sou um cara muito competitivo (risos)", brincou.

Além disso, ele abriu uma empresa de importação perto de sua casa, na capital paulista. "Parei sem ter ideia do que ia fazer, queria curtir a família e os finais de semana. Fiz isso por cinco meses, mas depois senti falta de ocupar meu tempo", relembrou.

Algo completamente inusitado para quem estava tão acostumado com as chuteiras e os estádios lotados. "Pensei em várias coisas, mas achei a melhor opção ficar fora do futebol. Consigo levar e buscar meus dois filhos na escola. Eu precisava abrir mão porque ser treinador ou empresário você viaja muito", ponderou.

Os tempos de zagueiros são uma página virada em sua história. "Para falar a verdade eu quase não vejo os jogos, acompanho futebol muito menos do que antes", admite.

Da Copinha ao Mundial em um ano

Anderson começou na base do Grêmio Maringá-PR e chamou a atenção do Corinthians, que o contatou logo em seguida. No "Terrão", venceu todos os títulos posíveis em uma geração que marcou época. Ao lado de Gil, Ewerthon, Edu Gaspar, Kléber, Fernando Baiano e outros, conquistou a Copa São Paulo de 1999, diante do Vasco.

"Foi muito especial, ainda tenho uma revista com as 50 melhores equipes de todos os tempos do Corinthians e este time da Copinha estava lá! Ficamos quase dois anos ganhando tudo, era um timaço e todo mundo vingou no futebol", comemorou.


Anderson comemora gol pelo Benfica

Boa parte daqueles garotos fez parte do elenco que conquistaria o Mundial de Clubes de 2000 contra o mesmo rival carioca. Ele era reserva de Fábio Luciano e Adílson Batista, titulares no Maracanã. Mesmo com o talento demonstrado, ele só se firmaria no ano seguinte na equipe principal.

"Jogar no Corinthians é muito diferente, a pressão é maior, a paciência é menor. Você precisa resolver rápido senão eles vão te trocar. Na minha época era uma concorrência muito acirrada, eram quatro ou cinco caras de qualidade. Eu comecei a me firmar só com 21 anos, mas com 18 já estava voando e ainda não tinha oportunidade pela concorrência gigante", analisou.

A única tristeza dos tempos no alvinegro é um certo 3 a 2 que ele não consegue esquecer. "Nos oito anos que fiquei no Timão, cheguei em 16 finais e fui 15 vezes campeão. Só perdi em 2002 no Brasileiro para o Santos. Foi uma das melhores partidas da história dos clássicos, eu até fiz gol, mas era para ser deles", lamentou.

"O Fábio Costa estava iluminado e pegou tudo. Nunca vi um goleiro fazer tantas defesas difíceis numa decisão. Assisto até hoje esse jogo e não acredito no que ele fez, ele salvou uns oito gols. E o Robinho jogou demais também", lembrou.

As boas atuações no time da zona leste de São Paulo o levaram à Europa e à seleção brasileira. No Benfica, de Portugal, foram duas temporadas de destaque, o que fez o Lyon contratar o defensor. Na França, porém, ele viver um período complicado.



Anderson em sua apresentação no Lyon


"O que complicou minha carreira foi uma lesão quando rompi o ligamento cruzado no joelho e passei mais de um ano fora. Isso gerou problemas na continuidade na minha carreira porque antes disso nunca ficava fora. Mas depois tive que lutar contra elas até o final", falou.

O defensor ainda foi emprestado ao São Paulo e ao Cruzeiro antes de encerrar seu contrato com a equipe francesa e acertar com Santo André, em 2011.

Carrinho contra "chute no vácuo" de Valdivia

Mesmo tendo atuado na defesa, Anderson sempre foi conhecido pelo temperamento calmo e por ter se envolvido em poucas polêmicas ao longo da carreira. Quando atuava na equipe do ABC paulista, porém, teve um episódio com o meia Valdívia, em um confronto pela Copa do Brasil de 2011, no Pacaembu.

O Palmeiras vencia o segundo jogo do confronto por 1 a 0 e estava com a classificação garantida, quando o comportamento do chileno tirou o defensor do sério. Primeiro, o famoso "chute no vácuo" do "Mago" tirou Anderson do sério. Depois, as constantes quedas e provocações de Valdivia deixaram o beque ainda mais irritado.


Anderson duela com Kléber Gladiador na Copa do Brasil

Não teve jeito: carrinho por trás no camisa 10 palmeirense e cartão vermelho para o defensor do Santo André.

"Isso é brincadeira, ele não é jogador de futebol, fica brincando o tempo todo. Não sou moleque, esse é o futebol que ele tem? Aqui temos profissionais", disparou o atleta, logo após aquela partida.

"Qualquer jogada que você rela no Valdivia, ele se joga, Não dá para jogar contra um cara desses. Prejudicou o jogo inteiro. De qualquer forma, isto não justifica o que eu fiz, pois comprometi minha equipe", acrescentou.

Naquele dia, Anderson ainda "cornetou" o chileno e disse que não via no meia palestrino um atleta decisivo como Neymar ou Paulo Henrique Ganso, à epoca ambos no Santos.

"Se fizesse igual o Neymar, Paulo Henrique, que vão para cima em busca do gol, são jogadores diferenciados... No Valdivia não vejo isso. Faz muita firula. Ele irrita todo mundo, não só a mim. Ele é sempre o personagem dos clássicos. Ele deve irritar até o time deles, é difícil de jogar com um jogador como esses", detonou.

"Isso não é circo. Aqui tem pai de família. Não acho ele esse grande jogador. Ele fica dando chute no ar na lateral", finalizou.

Também pelos microfones, Valdivia respondeu e provocou mais.

"Eu sou jogador de futebol, faço o que eu quero dentro de campo. Ele (Anderson) tem que aprender e respeitar, o que eu faço ele precisa respeitar. Ele foi expulso e prejudicou seu time. Eu joguei, estou nas quartas e amanhã ele vai chorar em casa com a família dele", ironizou.

Mas o "troco" para Anderson viria alguns dias depois, já que o Palmeiras acabou eliminado da Copa do Brasil pelo Coritiba, com direito a uma goleada de 6 a 0 no Couto Pereira.



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