Tite abriu um largo sorriso quando foi questionado sobre Vagner Love após a vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo, neste domingo, em Itaquera. E queria demonstrar ainda mais felicidade com o seu centroavante – alargou a boca com os dedos, tentando externar toda a sua satisfação com a evolução do sucessor de Paolo Guerrero.

“Dá para esticar mais o sorriso?”, perguntou Tite, antes de rasgar elogios a Love. “Ele é muito persistente, um exemplo de profissional. Trabalhou muito e está colhendo os frutos”, acrescentou.

A maioria da torcida do Corinthians enfim passou a concordar com o treinador. Antes alvo da impaciência do público que frequenta Itaquera, Love saiu ovacionado de campo quando foi substituído pelo veterano Danilo neste fim de semana. Era o justo reconhecimento pelo empenho, pelas chances criadas e pelo gol que definiu o placar diante do Flamengo, seu clube do coração.

“Dá para ver que o torcedor prestigia não só o esforço, mas também o talento. O Love saiu na cara do gol e guardou. Ele tem qualidade, e o nível de confiança… São coisas que o tempo vai dando”, disse Tite.

O tempo também transformou a relação da torcida corintiana com Paolo Guerrero. Autor dos gols do time no Mundial de Clubes de 2012, o peruano despertou revolta ao se transferir para o Flamengo após múltiplas promessas de que só defenderia o Corinthians no Brasil e escutou vaias esporádicas no retorno a Itaquera.

“Cumprimentei o Guerrero e o Wallace, dois campeões mundiais, com história no Corinthians. Isso está marcado. Não sei se o outro lado (a torcida) está ferido ou não. Confesso que não sei o que houve entre o Guerrero e o presidente. Mas, da minha parte, ele merece todo o respeito pelo que passou aqui”, discursou Tite.

Se só o presente for levado em consideração, Love merece ainda mais respeito, já que colaborou para o Corinthians se aproximar da conquista do título brasileiro. A boa fase do substituto de Guerrero quase fez Tite até abdicar da postura de não ressaltar demasiadamente as individualidades do seu time.

“A gente vive em um mundo que individualiza muito as conquistas, apontando que esse ou aquele é o cara. Mas não é assim. Temos ações de compactação de equipe, o que se faz também com participações sem bola”, divagou o técnico gaúcho, já contendo o seu sorriso que não cabia no rosto.