13/10/2015 08:30

Tite se empolga com o Timão: 'Este grupo está com tesão pra c...'

Em entrevista exclusiva ao L!, treinador analisa a liderança no Brasileirão, admite que seria frustrante não ser campeão e até abre exceção no discurso sereno para soltar um palavrão

Tite se empolga com o Timão: 'Este grupo está com tesão pra c...'
Por mais que tente controlar a ansiedade e o clima de oba-oba em relação à liderança corintiana no Brasileirão, Tite não consegue esconder a empolgação. Assim como os jogadores se encantam e rasgam elogios ao trabalho do técnico, ele exalta o elenco que tem em mãos e até abre exceção no discurso sereno e polido para soltar um palavrão:

– Este grupo está com tesão pra c... Por esse campeonato!
Tite também está. Ainda mais depois das frustrações no Paulistão, na Libertadores e na Copa do Brasil. Ao LANCE!, ele afirmou que as eliminações deixaram lições ao Timão e projetou a reta final do campeonato.

Leve e descontraído, o comandante corintiano extrapolou em quase meia hora o tempo previsto para a entrevista e comentou sobre os momentos difíceis enfrentados no ano, revelou como lidou com "caras feias" de jogadores e mandou um recado à Fiel torcida. Confira abaixo:

O título brasileiro pode ser a coroação de um ano em que o Corinthians jogou bom futebol, mas teve eliminações doloridas no Paulistão, na Libertadores e também na Copa do Brasil?

No Paulista fizemos um grande campeonato. As duas melhores equipes, com o melhor futebol apresentado, foram a nossa e o Santos. Nós ficamos fora, e o Santos foi campeão.

Foi um grande trabalho, mas ficou gosto de quero mais. Aquela coisa: “Pô, cara, sair invicto não era para ser, ou merecia ir pelo menos na final”. Na Libertadores tivemos um dos três melhores desempenhos. Nós, Atlético-MG, e Boca Juniors (ARG).

Depois, pontualmente, apareceu uma ou outra equipe. Aí pegamos o Guaraní (PAR) em um dia errado, perdemos, e aí pressionou em casa. Na Copa do Brasil o Santos foi melhor que a gente, mais efetivo em casa e aqui fez o gol em um momento em que era para nós sairmos na frente. Jogamos menos do que poderíamos.

Mas o Brasileirão está sendo exemplar. A gente aprendeu as lições (das eliminações). E o maior aprendizado é ficar focado, ter equilíbrio emocional, cuidados fora de campo com sono,
alimentação e trabalho. Isso será determinante para tornar realidade essa conquista.

Se o título não vier, a frustração acaba sendo ainda maior?

É claro que se perder vai ser (frustrante). Só que o Atlético-MG está fazendo um grande campeonato. O Grêmio está fazendo um trabalho de recuperação impressionante, com o Roger, que modificou o jeito de jogar. São merecedoras essas equipes, mas um só chegará, só um bate campeão.

Qual foi o momento mais difícil até agora no ano? Algumas das eliminações ou a saída de pilares do time, como Guerrero e Sheik?

Foi aquele momento de saída da Libertadores e início de Brasileiro, quando houve saída de atletas, alguns procurando afirmação, reestruturação da equipe, sai não sai, fica não fica... Isso gera instabilidade em todos.

Você foi importante nesse momento, até evitando que mais jogadores saíssem, não é?
O técnico teve importância, sem falsa modéstia, mas o mais importante foi a credibilidade diretiva. Não adianta eu falar se não tiver na parte de cima o comando do Roberto (de Andrade, presidente), do Eduardo (Ferreira, diretor de futebol), do Edu (Gaspar, gerente de futebol), do Alessandro (coordenador técnico), que abalizam isso. Foi o fato de eles chegarem e falarem: “não estamos atrás de grandes atletas, queremos primeiro pagar vocês”.

Dizer isso aos atletas de forma direta foi mais importante do que minha atuação. Mostrar a verdade de quem comanda. A verdade não foi escondida, omitida, mentida. Demos prioridade a quem já estava. Esse foi o primeiro passo, depois veio o meu trabalho, os atletas acreditarem...

Acredita que isso foi decisivo para o time arrancar e hoje estar na liderança do Brasileirão?

Estrategicamente, a confiança diretiva e falar a verdade foi determinante. Isso gera comprometimento. Foi fundamental no nosso direcionamento. O atleta pensa: “vamos ficar focados porque mais dia menos dia isso vai acertar”.




Em algum momento os problemas fizeram você pensar que o título seria impossível?
Quando começou o Brasileiro eu disse que havia uma equipe na frente, que era o Atlético-MG, pelo plantel e a estruturação do elenco. Mas dizia também que nós tínhamos uma margem de crescimento muito grande.


Falava aos jogadores: “É vocês estarem bem que a oportunidade vai aparecer, vai crescer o grupo”. A equipe me surpreendeu no início do ano pela forma eficiente e bonita que jogou. Teve jogo que foi sacanagem. O primeiro foi contra o Bayer Leverkusen. A gente mudou um pouco a estrutura tática e a equipe cresceu de uma maneira impressionante.

Depois entraram alguns jogadores, saiu o Lodeiro e entrou o Jadson, que deu capacidade de assistência e criatividade maiores. As coisas foram se construindo e crescendo. Eu não pensava “vai bater campeão”. E é claro que em um período de reestruturação ficava pensando que era mais difícil sonhar com título. Eu pensava “será que a equipe vai crescer? Será que vai buscar o título”? E as respostas dentro do campo foram consolidando isso.

Na reta final do Brasileiro de 2011, jogadores de peso, como Liedson, Danilo, Sheik e outros ajudaram a decidir o título. O seu time atual é menos tarimbado? Quem serão os jogadores que resolverão agora?

Aquele time era cascudo, vencedor, embora ainda tivesse fome de vencer. Já agora, vi uma declaração recente do Jadson, um dos pilares do nosso time, que falou o seguinte: “Eu não fui campeão pelo Corinthians”. Aí comecei a elencar os atletas que estavam aqui em 2011. Vi que tem Danilo, Ralf... O Cássio só chegou em 2012. Sinto nesse grupo que ele observa muito, já aprende e testa as soluções que passamos. Quando falamos “isso está errado”, o atleta já leva para o outro jogo e arruma. Este grupo está com tesão para c... por esse campeonato. Associado aos três títulos que perdemos, o tesão que esse grupo tem... Você pede para fazer, e eles falam “vamos nessa”, estão sedentos.

Dosar essa ansiedade é difícil?

Eu falo: “Invista um pouquinho, segura, fica com a família, depois vai dar entrevista para todo mundo”. Pedi para segurarem as entrevistas, não para atrapalhar o trabalho da imprensa, mas para manter o foco.

Você tem jogadores de renome no banco, como Cristian, Danilo, Edu Dracena e outros. Houve algum momento em que foi necessário administrar insatisfações ou caras feias?

Claro que sim. Estamos falando de seres humanos, não de robôs. A gente fica em um dia mais chateado às vezes. Coloquei para eles, sobretudo àqueles que não tinham trabalhado comigo, que dessem tempo para ver que não faço julgamento de quem é melhor, mas vejo o momento de cada um. Um jogador acaba machucando ou tem declínio técnico, outro entra melhor, e aí não tem como tirar. Foi o caso do Ralf.

As oportunidades surgiram, o Cristian entrou, depois o Bruno Henrique jogou muito e teve uma sequência, até que novamente o Ralf retornou. Quero que ninguém se machuque, mas isso acontece. O mais legal é ver a relação de respeito deles. Um dia chamei o Ralf e o Cristian para uma conversa, e vi os dois abraçados depois. Pô, a gente luta, mas é leal. Mas é claro que teve (cara feia), é chato, mas o respeito é importante.


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