A defesa menos vazada do Campeonato Brasileiro não funcionou nesta quarta. A contusão de Uendel ainda no início do primeiro tempo obrigou Tite a improvisar Edilson na esquerda. A mudança abriu espaços, o Inter aproveitou e virou a partida: 2 a 1 no Beira-Rio.
A derrota não surtiu efeito na tabela – o Corinthians mantém os cinco pontos de vantagem para o vice-líder Galo. O desempenho em campo, porém, liga o sinal de alerta. Sem lateral-esquerdo de ofício para a próxima rodada – suspenso, Edilson também é desfalque –, Tite vai precisar quebrar a cabeça para não ver seu time repetir os mesmos erros.
O destaque positivo é mais uma vez Renato Augusto. Mesmo isolado boa parte do jogo, o meia deu trabalho para a marcação colorada, criando as principais chances de perigo. O Timão teve mais posse de bola (52% x 48%) e finalizações (14 x 11), porém assustou pouco Alisson.
Assim, a derrota no Sul, responsável por quebrar a série invicta de 17 jogos, deve servir como aprendizado para o principal favorito ao título nacional.
POLÊMICA
O relógio nem completava o primeiro minuto quando a torcida do Internacional já pedia pênalti. Valdivia aproveitou o cruzamento na área e desviou para o gol, a bola bateu na mão de Uendel, mas o árbitro mandou o jogo seguir.
MÁ NOTÍCIA
Após dividida com Alex, Uendel sentiu uma fisgada no posterior da coxa esquerda e precisou ser substituído. O problema é que o substituto Guilherme Arana também estava machucado. A alternativa foi improvisar Edilson, que esteve longe de viver uma grande noite.
Ciente do poder ofensivo dos laterais corintianos, o Inter explorou os espaços deixados na defesa corintiana. Se Fagner era mais atacado no início do jogo, a mudança de lado foi praticamente imediata após a entrada de Edílson. A estratégia colorada deu resultado.
ALÍVIO
Pressionado pelo Inter nos primeiros minutos, o Corinthians achou um gol com Malcom – e também com uma boa ajuda de Paulão. O garoto escapou pela direita, bateu cruzado e contou com um desvio do zagueiro colorado. Alisson ainda tentou buscar, mas não evitou com que o Timão abrisse o placar.
A BOLA PARADA...
O gol deixou o Inter nervoso em campo. A torcida colorada mostrava impaciência, deixando o Corinthians mais perto de uma vitória importantíssima na briga pelo título. O pesadelo da bola parada, porém, voltou a assombrar a defesa de Tite.
Valdivia cobrou escanteio, Vitinho desviou na primeira trave e Edilson – que não estava bem – deu azar no lance. A bola bateu no lateral corintiano e sobrou livre para Réver completar para o gol já na pequena área.
RENATO E...
A principal jogada de ataque do Corinthians era Renato Augusto. Mesmo isolado em boa parte do jogo, o meia apostava em jogadas individuais e conseguia assustar o Inter. Ainda no primeiro tempo, quase voltou a deixar o Timão à frente do placar. A noite, porém, não era de gala para o líder do campeonato.
A dificuldade para criar no ataque facilitou o trabalho de marcação do Inter. Com 53 desarmes ao longo dos 90 minutos, o time gaúcho conseguiu minar as jogadas ofensivas do Timão.
Melhor em campo pelo lado do Corinthians, Renato Augusto ficou isolado na maioria do tempo
QUESTÃO DE TEMPO
Apoiado por sua torcida, o Inter cresceu no segundo tempo e voltou a dominar o jogo. O Corinthians, mais preocupado em acertar os problemas defensivos, chegava pouco ao gol de Alisson. Aos 27, Réver apareceu mais uma vez na área alvinegra e conseguiu balançar as redes. A arbitragem, porém, anotou corretamente o impedimento.
ERA UMA VEZ UM INVICTO
Se era questão de tempo, a espera colorada não demorou muito. Um minuto depois, Paulão se arriscou no ataque, deixou Edilson na saudade com um belo drible pela ponta direita e encontrou Valdivia no meio da área. O meia completou para o gol com estilo e deu números finais à partida.