A impaciência da torcida com Vagner Love é justa até a página 2. E injusta até a página 3. É impossível ser advogado do atacante quando ele perde gols incríveis como ocorreu no primeiro tempo do duelo deste domingo. Não dá para ignorar, porém, que o camisa 99 é uma peça importante de uma equipe que segue na frente. O gol que saiu nos minutos finais, aplaudido por todos os jogadores em campo e no banco, premiam o termo emblemático da equipe: trabalho.

O começo do ano de Love é tenebroso se comparado ao momento atual. Naquela época, o desentrosamento e a falta de condicionamento físico pioravam o que já estava ruim. Hoje, saem triangulações, tabelas, jogadas com pivô… Sua movimentação no ataque também abre espaço para quem vem de trás estar sempre chegando na área. Sua função não seria feita por Romero, nem Danilo, nem qualquer jogador do elenco. Por isso, Tite, sem Luciano, que lesionou-se e só volta no início de 2016, não vai abrir mão do jogador.

Quando Danilo entrou no lugar de Jadson, o meia ficou centralizado e Love, aberto na ponta – prova de que ajuda como e onde for preciso.

O que acontece no setor ofensivo parece sorte, mas é a vitória de uma filosofia de Tite no dia a dia. Quem está fora, precisa trabalhar, elevar o nível da disputa e conquistar o espaço. Por isso, Luciano saiu lesionado quando estava voando e Love entrou e logo fez dois gols contra o Cruzeiro. Por isso Malcom, hoje reserva de Rildo, entrou e foi o melhor em campo.

Parecia que não haveria vida no ataque após as saídas de Guerrero e Emerson Sheik. Parecia que a situação seria ainda mais crítica depois que fracassaram as negociações por Teo Gutiérrez e Jonathas. O fato é que esse ataque com Love, com Jadson artilheiro e rei das assistências, com o cerebral e genial Renato Augusto, com a juventude e vontade de Malcom, é um dos melhores do Brasileirão e vai sendo responsável pelo título ficar cada vez mais perto…