Roger Machado vive hoje algo parecido com o que Tite viveu em 2001. Pouco conhecido no cenário nacional, o então técnico do Grêmio teve a primeira glória de peso na carreira ao derrubar o Corinthians em São Paulo. A vitória por 3 a 1, em 2001, significou o título da Copa do Brasil daquele ano. O atual técnico gremista era titular do time. Viu de perto o crescimento do profissional que tem como modelo. E nesta quarta-feira tenta repetir tais passos reduzindo para três a distância do líder do Brasileirão.

Era 17 de junho e Corinthians e Grêmio começavam a decidir a Copa do Brasil. O time de Vanderlei Luxemburgo era eleito um dos melhores do Brasil na ocasião. O de Tite o 'azarão' na final. E o favoritismo paulista, além de jogar no Pacaembu, era reflexo do empate em 2 a 2 no jogo de ida. Bastava vencer ou empatar em 0 a 0 ou 1 a 1 para ser campeão. Mas o placar evidenciou a supremacia gaúcha. Marinho, Zinho e Marcelinho Paraíba marcaram para o Tricolor. Ewerton fez o do Timão.

As semelhanças com o jogo desta quarta-feira não ficam apenas pelo contexto decisivo. O Grêmio trata o duelo da 24ª rodada do Brasileiro como 'final' para ainda sonhar com a disputa do título. Vencendo ficará três pontos atrás do líder e poderá assumir o segundo lugar. Mas há também o momento do técnico gaúcho que é bastante parecido ao vivido por Tite na ocasião.

Em 2001, Adenor Bachi (nome do comandante corintiano) tinha no currículo apenas conquistas estaduais. O Gauchão com o Caxias em 2000, o mesmo título com o Grêmio em 2001 e a Segunda Divisão Gaúcha com o Veranópolis em 1993. Buscava afirmação. Como hoje Roger, que estava em campo como atleta, tenta conseguir.

"É muito difícil comparar épocas. Já se passaram 14 anos daquele jogo. Era uma final de competição. O Tite também buscava afirmação como treinador, vindo do interior. A atmosfera do jogo talvez seja parecida, porque o Corinthians hoje é o líder da competição e tem uma relativa vantagem tanto para o Atlético-MG quanto para nós. Nós nos entendemos na briga e por isso precisamos ir lá e fazer um jogo quase perfeito para não permitir que o Corinthians possa aumentar esta vantagem", disse Roger em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

O técnico gremista vê Tite como modelo de profissional. Foi o atual comandante corintiano que influenciou Roger a tentar a carreira de treinador. E agora a meta é superar novamente o mentor, algo que aconteceu no encontro pelo Brasileiro, com vitória gremista por 3 a 1.

"É um modelo que eu busquei como referência em várias áreas e situações profissionais e pessoais. Tenho certeza que ele respeita muito o nosso time, e também conhece muito do Grêmio, como nós estudamos muito o Corinthians para este confronto. O que esperamos é que possamos fazer um grande jogo, um grande espetáculo, e que se formos merecedores, conquistemos a vitória", explicou.

O Grêmio não esconde o 'clima de final'. Vencer o Corinthians significaria manter viva a esperança de voltar a conquistar um título grande. Algo que não ocorre exatamente desde que Tite e Roger estavam do mesmo lado, em 2001. Por isso, o comando projeta um jogo físico, técnico, com todas as valências do esporte envolvidas.

"Uma coisa é ligada a outra. Intensidade, determinação, um jogo tático, físico, técnico. Jogos com este nível conseguem alcançar todos estas variáveis em seu ápice pelo envolvimento da partida, o momento da competição, mas principalmente pelo momento que os times vivem", finalizou.

Grêmio e Corinthians jogam nesta quarta-feira às 22h (horário de Brasília), na Arena Corinthians.