Julia Chequer/Folhapress

Quando o mercado da bola esquentou, poucos se sentiram mais ameaçados que o corintiano, que perdeu Guerrero e Emerson de uma só vez. Meses depois, a ameaça de um desmanche não se concretizou. Com a janela de transferências europeia praticamente fechada, o líder do Campeonato Brasileiro manteve seus melhores jogadores e pode, com isso, seguir sonhando com o título.

O temor pelo desmanche teve seu ápice em maio, quando os atacantes titulares do Mundial de 2012 mudaram-se, de uma só vez, para o Flamengo. Com o clube em crise financeira e direitos de imagem atrasados, o caminho para uma debandada estava aberto.

Elias e Renato Augusto foram sondados pelo mesmo Flamengo; Felipe foi apontado como alvo do Napoli; os empresários de Gil falaram em leva-lo à Alemanha e Luciano e Malcom também poderiam ser levados no meio da crise. Entre os veteranos, a indefinição sobre o futuro de Danilo e Ralf fez com quem ambos fossem sondados por rivais. A pressão forçou o presidente a fazer promessas.

"Não existe proposta para nenhum jogador do Corinthians. Para você vender o jogador, tem alguém querendo comprar. E no caso do Corinthians não tem proposta nenhuma. Não vai sair ninguém, pelo contrário, estamos analisando para trazer jogadores", disse Roberto de Andrade, presidente do clube, no ápice da crise.

Os reforços foram escassos, é verdade, mas no fim só saíram Fábio Santos e Petros. O primeiro foi rapidamente substituído por Uendel, enquanto o segundo já não vinha tendo espaço com Tite. É verdade que ainda há tempo para que o Corinthians seja desfalcado pelo mercado da bola no Brasil, mas já dá para dizer que o perigo maior passou.

"A importância [de manter o grupo] é muito grande. Perdemos muito com as saídas que tiveram, eram jogadores que davam resultados e tivemos dificuldade de encontrar padrão, organização e entrosamento de novo. Mas o Tite está de parabéns e o Corinthians conseguiu manter quem está", disse Vagner Love, resumindo o drama para quem está dentro do elenco alvinegro.