Até o próximo dia 11, os advogados de José Maria Marin devem entregar a defesa do dirigente contra o pedido de extradição feito pela Justiça dos Estados Unidos. A intenção é alegar, entre outros argumentos, que a prisão do brasileiro na Suíça foi feita de maneira irregular.

Se houve falha na detenção, o ex-presidente da CBF deveria estar livre e de volta ao seu país. Assim, não pode ser extraditado. Mas as irregularidades que teriam sido cometidas são mantidas em sigilo pelos advogados do cartola.

A expectativa deles é de que entre os dias 18 e 25 de agosto a Justiça suíça tome uma decisão. Se a extradição for concedida, Marin ainda terá duas instâncias para recorrer.

Por enquanto só se discute a extradição e não o processo em que ele é acusado pelos norte-americanos de receber propina na venda de direitos de transmissão de jogos pela TV. Assim os advogados do dirigente afirmam que não houve oferta de delação premiada por parte das autoridades dos Estados Unidos. E que se ele for extraditado, não aceitará ser delator, até porque afirma não ter cometido crime.

Enquanto isso, em Brasília, membros da CPI do Futebol, presidida por Romário, trabalham com a informação de que o dirigente tem muito a falar e está disposto a dizer o que sabe para os senadores. Integrantes da comissão aprovaram nesta terça um requerimento para ouvir Marin na Suíça.

Mas a defesa de Marin alega que ele nunca falou com os advogados sobre CPI, assim, não manifestou vontade de depor. Porém, a promessa é de que ele vai responder às perguntas dos senadores, que precisam de autorização da Justiça suíça para conversar com o cartola na cadeia.

Na última sexta, o dirigente recebeu um dos seus advogados e demonstrou estar estudando com afinco o caso. Está bem de saúde, apesar de ter ido parar no ambulatório da prisão recentemente. Ele teve uma crise de hipertensão que teria sido provocada por um remédio contra rinite. Após a suspensão do medicamento, voltou a passar bem.