4/7/2015 19:43

"Liberta que agora sou tamem" 3 anos da grande conquista

Relembrando os bastidores desta data história.
(Compartilhe você também a sua história, como foi seu dia, naquele dia)

Publicado originalmente em:
https://blogdosilvinho.wordpress.com/2012/07/06/os-bastidores-da-grande-final/

Na quarta-feira cheguei bem antes da abertura dos portões do Pacaembu.

Meus amigos de Radio Coringão, Ginaldo e Daniel, já estavam lá desde as 8 da manhã. Foi necessário esse sacrifício, caso contrario não conseguiríamos um espaço para transmitir a partida. Milhares de profissionais, centenas de órgãos de imprensa fariam a cobertura do evento e cabine, só na base do quem chegar primeiro.

Ao chegar, notei uma enorme movimentação. Centenas de pessoas trabalhando na montagem do espetáculo. Percebi também que havia muita gente perambulando de um lado para o outro, falando ao celular ou simulando uma conversa.

O velho migué, o velho jeitinho brasileiro, valia tudo para estar lá dentro na hora do jogo. O velho migué que ex-parceiros da Radio Coringão tentaram dar para poder estar no jogo ao se credenciarem como jornalistas da Radio – o Corinthians credenciou todos os profissionais de imprensa – coisa feia, nada honesta, não sei se deu certo, enfim, cada um com seu cada um.

Mantive- me tranquilo e confiante durante toda a competição, na reta final não foi diferente. Mas na quarta-feira, assim como em quase todos os jogos há 2 anos, não estava ali apenas como torcedor. Comentaria a partida e teria que substituir nossa repórter, Evelyn Fonseca, impedida de realizar seu trabalho devido a limitação de credenciais. E como separar os papeis? Impossível.

Mas somos uma web radio de torcedores, a paixão é quem fala.

Dei uma volta pelo estádio, imaginando como estaria aquilo em poucas horas. Acompanhei o trabalho do exercito de pessoas na montagem do mosaico, que coisa sensacional, não é a toa que aquilo fica lindo, maravilhoso, a organização dos trabalhos é impecável.

Quem trabalharia na cobertura jornalística do jogo recebeu um ingresso, uma espécie de passaporte que atestava nosso credenciamento. Um funcionário da Federação picotava os ingressos, com aqueles antigos picotadores dos trens.

E avisava: daqui a pouco o Choque vem ai e vai tirar do estádio quem não tiver esse ingresso.

O Choque logo em seguida chegou e o bicho pegou. Tensos, nervosos, truculentos, vasculhavam tudo e abordavam todos.

Parecia que estavam atuando num pátio de detenção, debelando uma rebelião de presos. Sai da nossa cabine, fui dar uma volta, tomar um ar, acompanhar um pouco mais da movimentação. Fui abordado por um destes educadíssimos e bem preparados policiais. “Aonde você vai?”. Vou ali. Ali aonde? Não vai não, fica ai… Não olhava para mim, apenas gritava. Fiquei estático por alguns segundos, percebendo que um clima estava prestes a pintar, sai andando, deixei-o para trás, afinal não havia justificativa para tanta “gentileza”.

Acompanhei a entrada dos primeiros torcedores no setor das cadeiras laranjas. Meu Deus, tinha de tudo! Torcedor que estava vindo pela primeira vez, torcedora de verde, argentino me pedindo pra tirar foto e até um velho amigo “porco” infiltrado nas arquibancadas.

Olhava ao redor e sentia a falta do povão. Do preto, do paraíba, do desdentado, senti-me um corpo estranho ali. Mas em comum, todos corinthianos. Porque o Corinthians é o time do povo. Do pobre e também do rico.

Pacaembu ia enchendo, os setores lotando, exceto o verde e amarela, foi possível observar alguns claros.

A torcida argentina entrou mais cedo. Faziam festa, cantavam, hasteavam suas faixas, fizeram barulho. Mas o barulho prontamente sufocado.

A hora ia chegando. Iniciei meu programa na Rádio as 9 em ponto. No mesmo momento em que 4 argentinos pediram para acompanhar o jogo na nossa cabine, eram do Diário Olé. Disse a eles que tudo bem, mas que nós éramos a Web Rádio do Corinthians. Riram, ficaram por ali, clima total de cordialidade.

Timão em campo, festa, explosão de fogos, o mosaico lindo, tocaram apenas o hino brasileiro, esqueceram-se do hino argentino, bola fora para a organização. Os argentinos, em protesto, deram costas para a bandeira brasileira.

Início do jogo, Corinthians como sempre bem posicionado, marcando forte, fim do primeiro tempo, jogo empatado, 0 a 0, mas a confiança inabalável.

Segundo tempo, os 45 minutos mais angustiantes do corinthiano naquele dia estariam por vir.

Assim como vieram os gols. Explosão da torcida, explosão na cabine da rádio. Ai não segurei.

Aquela tranquilidade, confiança, extravasada em forma de grito de desabafo, anos ouvindo bobagens da anticorinthiania esquizofrênica, tudo veio á mente naquele momento, 13 de outubro de 1977, 02 de dezembro de 2007, 01 de setembro de 1910… soltei o grito, ali sim estava o torcedor, sei que atrapalhei o momento do gol que é exclusivo do narrador – meu amigo Ernesto Teixeira, narrando tão bem quanto interpreta nossos sambas, a quem peço desculpas – mas os sentimentos ali explodiram.

Veio o segundo gol, a mesma explosão, o mesmo desabafo. Entrevistamos os colegas do Diário Olé, que mesmo antes do apito inicial, elogiavam a equipe corinthiana e diziam que seríamos campeões.

Quando pedi a ele que definisse o Corinthians, como bom argentino, ele disse: “O Corinthians… o Corinthians… o Corinthians joga como uma equipe argentina…”

Como nas últimas conquistas, desci 15 minutos antes do final do jogo, fui ao vestiário, zona mista do Pacaembu lotada de profissionais de imprensa, muitos assumindo seu corinthianismo, fim de jogo festa na zona mista, festa no Pacaembu, explosão da torcida.

Tentamos entrar no gramado, todos impedidos, acesso permitido somente ao elenco, comissão técnica e diretoria.

Vestiário aberto, festa com os jogadores, o primeiro que fiz questão de abraçar foi Julio Cesar. Não adianta, podem criticá-lo, mas nunca neguei, sou fã desse menino. Gente boa demais, corinthiano, pedi a ele que continuasse lutando, treinando forte, fiquei emocionado.

Cumprimentei outros jogadores, presidente Mario Gobbi, mais um que entra para a história, cumprimentei o treinador Tite.

Sai do Pacaembu por volta das 1 e meia da manhã. Estádio vazio, festa nas imediações do estádio, festa na cidade, festa que não para, não para, não para.

Fiz uma prece, agradeci a Deus por mais este momento, agradeci a Jorge Guerreiro, à natureza por ter me trazido num berço corinthiano, agradeci a tudo.

A vida continua.

Mas a festa não vai parar.

Porque ser corinthiano é festejar todo dia o simples fato de ser corinthiano.


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