22/5/2015 07:55

Em crise financeira, Timão aproveita apenas 20% de sua base campeã

Corinthians busca corte de gastos e olhar mais atento à garotada, mas vai vender Cassini. Histórico mostra poucas pratas da casa com sucesso no time de cima

Em crise financeira, Timão aproveita apenas 20% de sua base campeã
Nos últimos 11 anos, o Corinthians teve 73 jogadores atuando em finais da Copa São Paulo, maior competição brasileira para as categorias de base – cinco títulos, um vice-campeonato.

É raro, porém, esse aproveitamento se traduzir na formação de grandes valores para a equipe profissional. A venda quase consumada do meia Matheus Cassini para o Palermo, da Itália, é mais um indicativo de como o clube vê suas equipes menores há anos.

Desde 2004, quando o Corinthians venceu o São Paulo na final da Copinha, foi comum ver jogadores da base promovidos à equipe de cima. Isso não significa que houve espaço para a garotada. Dos 73 nomes revelados nas decisões do torneio, apenas 15 tiveram mais de 30 partidas pelo clube – pouco mais de 20% do total (veja quadro abaixo).

O último deles é o atacante Malcom, vice-campeão ano passado, que ganhou moral sob o comando de Mano Menezes. Com Tite, porém, perdeu espaço. O atual treinador também aproveitou muito pouco os garotos campeões da Copinha em 2015 – inclusive Cassini.

Tite é um dos responsáveis pelo atual momento das promessas. Acostumado a confiar em jogadores mais experientes, o técnico foi até alertado sobre o tema quando contratado novamente pelo clube, em dezembro. A ideia era de que ele se apegasse menos aos veteranos e tivesse mais diálogo com as categorias de base. Para tentar alinhar os dois departamentos, o ex-lateral Alessandro foi alçado à função de coordenador técnico no fim de 2013.


Uma das primeiras atitudes de Tite em sua volta, porém, foi solicitar a reintegração de Emerson Sheik para a disputa das fases iniciais da Taça Libertadores. Malcom, que estava com a seleção brasileira sub-20, acabou relegado à reserva. Depois, perdeu espaço também para o colombiano Stiven Mendoza.

– Respeitamos a maneira de trabalhar do Tite, e também havia uma Libertadores pela frente. Agora, com a eliminação, seria importante dar mais espaço aos meninos. Há muita gente boa que poderia substituir jogadores com salários bem mais altos – disse um dirigente da base, que não quer se indispor com o técnico.

Por isso, o Corinthians firmou parceria com o Bragantino e mandou até seu técnico do sub-20, Osmar Loss, para tocar a equipe na disputa da Série B do Campeonato Brasileiro. Na visão do clube, seria uma maneira de tentar valorizar parte do elenco de garotos e conseguir algum ganho no futuro – seja técnico, seja financeiro.



Campeões da Copinha têm sido pouco aproveitados no time profissional do Corinthians


Trauma do rebaixamento?
Entre os nomes pouco aproveitados, estão figuras conhecidas no cenário nacional e até internacional: o volante Nilton, o lateral-esquerdo Ronny e principalmente o zagueiro Marquinhos, campeão em 2012 e vendido muito cedo ao Roma, da Itália. Hoje, ele brilha no Paris Saint-Germain e é o exemplo mais citado dentro do clube sobre equívocos no planejamento de transição entre base e profissional.

Também há nomes ainda mais famosos, mas que não jogaram as finais de Copinha: Dentinho, Willian e Éverton Ribeiro são os maiores exemplos. Em comum, todos participaram da campanha que culminou no rebaixamento do Corinthians à Série B, em 2007. Quem trabalhou no Parque São Jorge, porém, não acredita em trauma pós-degola.


"Seleção" formada com jogadores recentes da base do Corinthians que fizeram menos de 50 jogos no time de cima


Adaílton Ladeira, técnico tricampeão da Copinha com o Corinthians (2004, 2005 e 2009), crê em outra tese. Os títulos recentes de Libertadores e Mundial de Clubes fecharam o espaço para as joias das categorias menores.

– A base vinha sendo bem aproveitada, mas não acho que o desempenho do profissional tenha influenciado em algo. Influenciam mais as conquistas que o Corinthians teve nos últimos anos. Ficou pouco espaço para os garotos, que precisam buscar espaço em outro lugar – avaliou o ex-treinador do clube.

A ordem da cúpula corintiana é não formar “novos Marquinhos”. Vendido ao Roma por cerca de R$ 11,5 milhões, em 2012, o zagueiro foi negociado um ano depois ao PSG por um valor superior a R$ 100 milhões.


Marquinhos, do PSG: maior exemplo de jogador da base pouco aproveitado no time de cima


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