Estádio do Pacaembu foi última casa do Timão antes da Arena
O Corinthians completa um ano de jogos na Arena nesta segunda-feira, dia 18 de maio. O outro lado da moeda, porém, diz respeito à ausência do Timão no Pacaembu nos últimos 12 meses. Quem sente falta da equipe alvinegra no Paulo Machado de Carvalho é Edson Sorriso, locutor do estádio municipal.
Voz do Pacaembu desde 2011, ele se intitula “o improviso que deu certo”.
Há quatro anos, devido à morte do então locutor Milton Silva de Carvalho, coube a Edson subir à cabine do estádio e criar bordões. O sorridente senhor de 55 anos assumiu a função sem fazer um teste sequer. Os superiores confiaram no repertório do “neguinho”: além de locutor, ele é cantor e compositor de sambas.
Sem jogos do Corinthians há um ano, Sorriso agora trabalha como locutor quando, eventualmente, outra equipe manda jogos no estádio. E com o escasso calendário do futebol no Pacaembu, ele se vira para ganhar dinheiro. A solução foi se dedicar ainda mais à música.
– Mudou um monte de coisa na minha vida. Fiquei mais duro (risos). Isso é o que mais pega. Isso sem contar a alegria, né? Senti bastante na minha rotina. Mas a gente vai buscando outros horizontes, trabalhos – disse o sambista, ao LANCE!.
Edson Sorriso durante partida, em 2013
– Ainda estou devendo visita na cabine da Arena e, se vacilarem, dou um gritinho lá. Mas o Pacaembu é um negócio meio antológico, histórico. A torcida sente falta disso. O Pacaembu continua querido.
“O seu, o meu, o nosso Pacaembu” perdeu o Corinthians. Mas segue tendo motivo para sorrir.
BATE-BOLA - EDSON SORRISO, LOCUTOR DO PACAEMBU
Qual é a relação entre o senhor e o Pacaembu? Vai além da locução?
Comecei jurando bandeira lá quando fiz 18 anos. Faz tempo. Em 2010, saí da Subprefeitura do Butantã e fui parar no Pacaembu. Fui pra lá e no ano seguinte o Seu Milton (antigo locutor) faleceu. Aí comecei a fazer a locução.
Quais é seu bordão preferido?
Tem o “Este é o Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho. O seu, o meu, o nosso Pacaembu”. Nasceu quando estudantes foram ao estádio gravar um documentário justamente sobre a saída do Timão. Mas tem outros que gosto. Tinha o “Água é vida. Preservar a vida é dever de todos. Não desperdice”. Eu falava isso antes da crise hídrica (risos).
Gostaria de ver o Timão em jogos pontuais no Pacaembu?
Eu acho que seria legal. A história continua. Embora você tenha a arena, é legal às vezes voltar. Por quê? Porque o Pacaembu também é sua casa. Aí daria pra matar saudade. Seria muito prazeroso voltar a fazer a alegria e passar coisas positivas.
Edson ao lado do colega Daniel, responsável pelo placar do Pacaembu